20 de janeiro de 2020 | 18h08
O grupo terrorista Estado Islâmico tem um novo líder desde outubro do ano passado, confirmaram espiões a dois serviços de inteligência britânicos. As informações são do jornal inglês The Guardian.
Amir Mohammed Abdul Rahman al-Mawli al-Salbi foi nomeado horas após a morte de Abu Bakr al-Baghdadi, que cometeu suicídio durante um ataque das forças especiais americanas na Síria. À época, o Estado Islâmico havia anunciado Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurashi como novo líder – agora, sabe-se que era um nome de guerra, até então desconhecido, de Al-Sabi.
A morte de Al-Baghdadi foi considerada um marco na luta contra o EI, que brutalizou regiões da Síria e do Iraque e tentou conduzir uma campanha global terrorista de seu autoproclamado "califado". Nos últimos anos, uma campanha envolvendo americanos, russos e forças aliadas levou à recuperação de territórios que estavam sob o poder do grupo, mas sua ideologia violenta continuou a inspirar ataques pelo mundo.
Embora ainda não tenha se recuperado completamente e não detenha mais o mesmo poder, o Estado Islâmico mostra sinais de reagrupamento desde março do ano passado. Ainda de acordo com o The Guardian, forças curdas relataram um aumento no número de ataques no centro e no norte do Iraque. O EI diz ter promovido 106 ataques entre os dias 20 e 26 de dezembro para vingar as mortes de Baghdadi e o chefe de propaganda do grupo, Abu Hassan al-Muhajir.
Al-Sabi foi um dos membros fundadores do grupo e é considerado um dos ideólogos mais influentes do Estado Islâmico. Nascido na cidade de Tal Afar, no Iraque, de uma família turcomena-iraquiana, é um dos poucos não-árabes entre as lideranças.
Salbi tem um diploma em lei da Sharia pela Universidade de Mossul e, em 2004, foi detido por forças americanas na prisão Camp Bucca, no Iraque, onde conheceu Baghdadi. Antes da morte do antigo líder, Salbi já era procurado pelo exército dos Estados Unidos. /Com informações da AFP
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