Estado Islâmico tem US$ 3,6 bi para novas ações

Especialistas europeus dizem que dinheiro é usado na resistência do grupo na Síria e no Iraque e na organização de filiais pelo mundo

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Por Andrei Netto ,  CORRESPONDENTE e PARIS
Atualização:

O Estado Islâmico tem US$ 3,6 bilhões para financiar ações terroristas, sua resistência na Síria e no Iraque e sua reorganização em “filiais” pelo mundo. A fortuna foi arrecadada em doações, em negócios e na cobrança de impostos em territórios dominados pelo grupo. A estimativa foi divulgada em Paris, em conferência com 80 ministros de Estado e mais de 500 especialistas.

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Estado Islâmico Foto: Reuters

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O Brasil participou do encontro com uma delegação liderada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pelo general Sergio Westphalen Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, e pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim.

A conferência foi realizada a portas fechadas, mas os principais números acabaram divulgados. O principal diz respeito ao “tesouro de guerra” de US$ 3,6 bilhões, de acordo com serviços de inteligência europeus. O montante seria o maior jamais reunido por um único grupo terrorista.

Em grande parte, o dinheiro que financia a máquina de propaganda do EI vem sendo usado na resistência dos jihadistas na Síria e no Iraque. Além disso, “filiais” do grupo na África continuam a receber e a movimentar recursos por meio de casas de câmbio, cartões pré-pagos e moedas virtuais.

“O combate às finanças terroristas não tem sido bem-sucedido. Não se trata apenas dos bancos. Também há o dinheiro líquido, a dominação territorial, o tráfico e o comércio ilegal, a renda legal e o pequeno crime”, explicou Peter Neumann, professor do Kings College, de Londres. “É preciso ser mais aberto, criativo e honesto no combate.” 

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Entre as medidas a serem adotadas estão a criminalização de ações financeiras, além de maior transparência e capacidade de rastrear o dinheiro sujo. “O terrorismo não tem fronteiras. Ele exige uma resposta global”, disse Angel Guria, secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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