Estados Unidos entram em terceiro alerta máximo

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Por Agencia Estado
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O governo dos Estados Unidos fez hoje uma nova advertência de possíveis e não especificados ataques terroristas e colocou a população norte-americana sob estado de alerta máximo pela terceira vez desde os atentados de 11 de setembro contra Washington e Nova York. O diretor de Segurança Nacional, Tom Ridge, disse nesta segunda-feira que o serviço de inteligência e as agências de segurança receberam uma grande quantidade de ameaças, levando 18 mil agências de segurança em todo o país a um novo estado de alerta. "As informações que nós temos não apontam para um alvo específico tanto na América como no exterior e também não indica um tipo específico de ataque", disse Ridge à imprensa, acrescentando que a quantidade e tipo das ameaças "atingiram um nível que nos levaram a colocar a população em alerta geral". Ridge disse que a convergência dos próximos feriados religiosos e o fim do Ramadã, dentro de duas semanas, foram alguns dos fatores que levaram os funcionários norte-americanos a declararem um novo alerta. Nas próximas semanas coincidirão nos Estados Unidos, com poucos dias de diferença, o final do mês sagrado islâmico Ramadã o começo do Natal e o início das festividades judaicas de Hanukah. "Quanto mais nos distanciamos de 11 de setembro, acho que a tendência é a de baixarmos a guarda", disse Ridge. "Infelizmente, não podemos fazer isso. Somos uma nação que está em guerra." Ridge exortou a população a manter-se especialmente atenta e a denunciar imediatamente todo incidente que chame a atenção. Desde os atentados terroristas de 11 de setembro, o governo norte-americano emitiu dois alertas sobre a possibilidade de novos atentados - o último foi em 29 de outubro. O alerta sugere que as autoridades norte-americanas têm evidências sobre a possibilidade de novos atentados, enquanto os Estados Unidos prosseguem com os bombardeios no Afeganistão e buscando Osama bin Laden e os membros de sua rede Al-Qaeda, responsabilizados pelos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono. O governo tem recebido cada vez mais críticas por esse tipo de alerta, pois amedrontam a população e não oferecem informações sobre onde ou quando os atentados poderiam ocorrer. Funcionários do governo insistem que estão fazendo o melhor que podem para advertir os norte-americanos, ao mesmo tempo em que os exortam a levar suas vidas normalmente. O alerta ocorre após uma nova onda de violência no Oriente Médio, com três atentados suicidas em Israel e bombardeios israelenses em represália contra os territórios autônomos palestinos. Mesmo assim, Ridge assegurou que nas informações recebidas "não há nada que possa indicar uma relação específica" com os atentados suicidas dos últimos dias. O secretário de Estado dos EUA, John Ashcroft, advertiu que os terroristas não conseguirão se esconder usando a proteção religiosa ou política. "As pessoas que adotam uma religião e a usam como um instrumento de guerra não ficarão livres de nossos interesses", advertiu Ashcroft no domingo. Ele sugeriu que agentes federais poderão monitorar grupos políticos ou religiosos, apesar da proteção da Primeira Emenda, se eles forem suspeitos de terrorismo. Leia o especial

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