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Estados Unidos impõem sanções a autoridades chinesas por repressão em Hong Kong

Estas são as primeiras punições aplicadas contra autoridades da China e de Hong Kong por reprimir os protestos pró-democracia na região

Por Pranshu Verma e Edward Wong
Atualização:

WASHINGTON - O governo de Donald Trump impôs nesta sexta-feira, 7, sanções contra a chefe do Poder Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e 10 outras autoridades de alto nível na ilha e na China continental por seu papel em reprimir a dissidência política no território do sul da China.

Estas são as primeiras sanções contra autoridades da China e Hong Kong por supressão de protestos pró-democracia e dissidência no território. Eles estão sendo impostos após uma ordem executiva que o presidente Trump assinou no mês passado, buscando punir a China por sua repressão em Hong Kong.

Manifestantes carregam bandeiras dos Estados Unidos em protestos pela democracia em Hong Kong Foto: Lam Yik Fei/The New York Times

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"Os Estados Unidos estão com o povo de Hong Kong e usaremos nossas ferramentas e autoridade para atingir aqueles que minam sua autonomia", disse Steven Mnuchin, secretário do Tesouro, em comunicado.

A ação é mais uma da série de medidas que o governo Trump tomou nos últimos meses para aumentar a pressão sobre Pequim. No mês passado, o governo impôs sanções ao governo chinês, incluindo um membro sênior do Partido Comunista, por violações dos direitos humanos contra a minoria uigur de maioria muçulmana.

Pequim anunciou em junho que estava impondo uma nova lei de segurança nacional em Hong Kong para conceder às agências de segurança amplos poderes para reprimir os dissidentes.

Desde então, autoridades americanas debatem como fazer Pequim reverter a lei ou como penalizar a ação.

No mês passado, Trump assinou uma ordem executiva finalizando o status especial que os Estados Unidos concedem a Hong Kong nas relações diplomáticas e comerciais, dizendo que a ilha não era mais uma entidade autônoma, e as autoridades agora estão começando a tratar o território como a China continental.

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Alguns funcionários do governo queriam que Trump anunciasse que seu governo estava impondo sanções contra Lam e outras autoridades na China e Hong Kong. O presidente se recusou a fazê-lo na ocasião.

A atual onda de ações contra a China se encaixa em uma parte essencial da estratégia de campanha de Trump. Seus assessores de campanha estão tentando mostrar que Trump está atingindo fortemente a China, a fim de desviar o foco de suas falhas no gerenciamento da pandemia de coronavírus e da economia.

O surto inicial de vírus começou na China central e Trump culpou as autoridades chinesas reiteradamente por não contê-lo, embora ele também tenha elogiado o líder chinês, Xi Jinping, pelos seus esforços.

Alguns dos conselheiros mais beligerantes dos governos chineses e americano estão tentando colocar as duas nações em um caminho para o confronto a longo prazo e garantir que as relações permaneçam em um estado de rivalidade aberta, mesmo que o candidato democrata Joe Biden vença a eleição de novembro.

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