Estados Unidos vão participar de investigação sobre queda de avião no Irã

Agência independente nomeou representante para o trabalho; há suspeita de que míssil iraniano teria abatido a aeronave

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O Conselho Nacional de Segurança em Transportes dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 9, que aceitou um convite do Irã para participar da investigação sobre o avião ucraniano que caiu na última quarta-feira, 8, em Teerã.

Equipes de resgate atuam em meio aos destroços do Boeing 737 que caiu em Teerã, no Irã, matando 176 pessoas a bordo Foto: AFP

PUBLICIDADE

O conselho, uma agência independente do governo dos EUA que se dedica à investigação de acidentes aéreos, disse em comunicado que a Organização da Aviação Civil do Irã o autorizou a fazer parte dos estudos sobre o incidente.

"O NTSB (sigla em inglês do Conselho Nacional de Segurança dos Transportes) nomeou um representante credenciado para a investigação do incidente", afirmou a agência em comunicado.

Como o avião era um Boeing 737-800, fabricado nos Estados Unidos, as regulamentações internacionais permitem que Washington participe das investigações. No entanto, não está claro quanta ação o representante do NTSB terá, uma vez que as sanções dos Estados Unidos complicam a cooperação com o Irã.

O anúncio ocorreu horas depois que fontes de inteligência dos Estados Unidos garantiram a vários meios de comunicação que eles tinham indicações de que o avião, o voo 752 da Ukranian International Airlines (UIA), pode ter sido acidentalmente abatido pelo Irã com um míssil.

O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau confirmou mais tarde que seu governo tem "evidências" de que a aeronave "foi abatida por um míssil iraniano", embora ele tenha dito que possa ter sido por engano.

O acidente ocorreu logo após a República Islâmica lançar mais de uma dúzia de mísseis balísticos contra duas bases militares no Iraque usadas pelas forças americanas, em retaliação pelo assassinato em 3 de janeiro do poderoso general iraniano Qassim Suleimani em uma operação militar em Bagdá.

Publicidade

No entanto, as autoridades iranianas negaram a hipótese de uma demolição acidental com um míssil e a enquadraram em uma suposta "guerra psicológica contra Teerã".

"O Irã congratula-se com a presença de especialistas de países cujos cidadãos morreram no trágico acidente e pede ao primeiro-ministro do Canadá e a qualquer outro governo informações sobre esse assunto para fornecer informações ao comitê que investiga o acidente", disse o porta-voz iraniano Abbas Musaví.

Pelo menos 63 canadenses, a maioria de origem iraniana, estavam viajando no avião que cobria a linha Teerã-Kiev e caiu depois de decolar do Aeroporto Internacional Imam Khomeini, causando a morte de seus 176 ocupantes.

O NTSB enfatizou em sua declaração que não "especulará sobre a causa do incidente" e esclareceu que "seu grau de participação" na investigação ainda está para ser determinado. /EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.