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Estatal venezuelana pode ter financiado campanha na Bolívia

Líderes da oposição acusam a petroleira PDVSA de violar o código eleitoral e financiar campanhas partidárias na Bolívia

Por Agencia Estado
Atualização:

A empresa estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) entrou nesta sexta-feira na polêmica eleitoral que acusa o partido do presidente da Bolívia, Evo Morales, de ter sua campanha eleitoral para as eleições da Assembléia Constituinte financiada com dinheiro da companhia. O líder da oposição e chefe da Unidade Nacional (UN), Samuel Doria Medina, anunciou que apresentará uma denúncia na Corte Nacional Eleitoral para investigar o Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, por suposta violação do código eleitoral, que proíbe o financiamento externo em campanhas partidárias. Medina é candidato à Assembléia Constituinte nas eleições de 2 de julho e baseou suas denúncias num informe da empresa de controle publicitário Plublimarker. Uma encarregada desta empresa explicou, no entanto, que houve um erro ao atribuir à PDVSA o financiamento de dois comerciais pagos pelo governo. Para o vice-presidente do país, Alvaro García Linera, as acusações são "mentirosas". Ele explicou, no entanto, que de três propagandas eleitorais divulgadas pelos meios de comunicação, duas são financiadas pelo governo e pelo MAS. A outra foi financiada pela PDVSA a partir de um convênio da empresa com a Telesur para difundir uma campanha de integração regional e continental. As propagandas anunciam o slogam "Evo sou eu" e mostram os plantadores de coca e os programas financiados pelo governo da Venezuela e de Cuba. A suposta ingerência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nos assuntos internos, reforçada pelas propagandas pagas pela petroleira venezuelana, se converteram na arma eleitoral dos opositores para frear o favoritismo do oficialista MAS. O ex-presidente conservador e líder do partido Poder Democrático e Social (Podemos), principal força da oposição, Jorge Quiroga, declarou-se vítima de "uma campanha oficialista" que começou com um pedido de Chávez pelo seu afastamento. Em sua última visita à Bolívia, em 26 de maio, o presidente venezuelano conclamou o partido de Morales para buscar uma contundente vitória para terminar de esmagar os partidos tradicionais. Chávez também aproveitou a oportunidade para concretizar os programas de apoio ao seu aliado político boliviano em todas as áreas, inclusive no setor energético.

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