Esther Morales, a irmã mais velha do ex-presidente Evo Morales (2006-2019), morreu na madrugada de domingo na Bolívia, conforme informou o ex-representante no Twitter, enquanto a mídia local detalhou que ele havia vários dias hospitalizado por coronavírus.
"Acompanho toda a família nesses momentos de dor profunda Morales, meu cunhado Ponciano Willcarani, meus sobrinhos e netos pela morte de Ester, que era mãe de todos. Meus pêsames. Que ele descanse em paz", escreveu Evo Morales, que está na Argentina.
"Por que tanto ódio, racismo e perseguição política me impedem de ver, pela última vez, minha única irmã. Para mim, Esther, era minha mãe. A história vai julgar", acrescentou.
O ex-presidente boliviano Jorge Quiroga, que mantém sérias diferenças políticas com Morales, expressou na mesma rede social suas condolências. "Perdemos mais de 4.000 bolivianos para o coronavírus devastador, que semeia dor sem distinção. Paz em seu túmulo", disse.
Esther Morales, de 70 anos, morreu de covid-19, segundo informou o jornal La Patria de Oruro, afirmando que ela foi internada com esta doença no dia 9 de agosto em um hospital na cidade andina de Oruro, sudeste da Bolívia, enquanto sua família tentava transferi-la para um centro médico com UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
A irmã agora falecida era vendedora de supermercados, casada e mãe de três filhos. Ela não chegou a entrar na política, apesar de seu desejo de se tornar primeira-dama, uma vez que Evo Morales não era casado. Porém o ex-presidente não permitiu tal função, embora muitas vezes ela o acompanhasse em suas viagens oficiais.
"Ele me acompanhou nos momentos mais difíceis, independentemente de represálias. Ela nunca ocupou um cargo público, embora no golpe de 2019 eles queimaram a casa dela e a perseguiram", publicou Morales, lamentando não poder se despedir dela.
Com uma população de 11 milhões, a pandemia covid-19 deixou 99.146 contágios e pouco mais de 4 mil mortos na Bolívia.