"Estou maravilhado com a esperança que sinto aqui", diz Bush em Nova Orleans

Aproximadamente 67% dos americanos desaprovam a forma com que Bush conduziu o desastre causado pela passagem do furacão Katrina

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, parou nesta terça-feira em Nova Orleans para homenagear as mais de 1.600 pessoas mortas durante a passagem do furacão Katrina no fim de agosto do ano passado. Em busca de planos para acelerar a lenta recuperação de Nova Orleans, Bush tomou café da manhã com o prefeito Ray Nagin e depois participou de uma missa em homenagem às vítimas do Katrina. Em meio à lenta recuperação de New Orleans, estima-se que metade das pessoas deslocadas pela catástrofe natural ainda não tenham retornado à cidade e seus arredores. O fornecimento de energia elétrica ainda é precário. Em um jantar na noite de segunda-feira, Bush e Nagin já haviam conversado sobre a lenta recuperação e discutido meios de acelerar a liberação de assistência federal. A missa da manhã desta terça-feira ocorreu na Catedral de St. Louis, uma igreja que resistiu incólume à devastadora passagem do Katrina em 29 de agosto de 2005. A igreja fica em frente à Praça French Quarter´s Jackson, onde, no ano passado, o presidente declarou: "Esta grande cidade irá se levantar de novo." Um pastor iniciou a cerimônia com um discurso onde agradeceu a George Bush pelo seu "forte apoio à nossa recuperação". O governo Bush foi duramente criticado por sua demorada resposta a uma catástrofe anunciada com antecedência por meteorologistas. "O dinheiro está começando a ser liberado para que as pessoas possam reconstruir suas vidas", disse Bush ontem no Mississippi, outro Estado duramente afetado pelo furacão. "Em Louisiana", onde fica New Orleans, "a recuperação é um pouco mais lenta", admitiu Bush. Enquanto Bush entrava na Casa de Panquecas da Betsy, cheia de gente, a garçonete Joyce Labruzzo perguntou, em tom de brincadeira: "Senhor presidente, você vai dar as costas para mim de novo?"Bush respondeu apenas: "Não senhora, de novo não". Bush não fez as visitas para enfatizar o desastre, mas para destacar a reconstrução. Minha mensagem para o povo daqui é que entendemos que há muito a ser feito", afirmou. "É um aniversário, mas não significa que é o fim. É o começo do que será uma longa recuperação[...] Estou maravilhado com a esperança que sinto aqui." "O governo federal foi lento? Sim, provavelmente. Todos os governos foram lentos, estadual e local? Sim. Mas eles responderam de forma muito, muito solícita? Eu acho que sim", afirmou Laura Bush, primeira-dama. "Acho que iremos olhar para trás e veremos pelo o que foi: o maior desastre que o nosso país já encarou, e um grande desastre", afirmou a primeira-dama. "Poderíamos ter feito melhor? Com certeza, mas estamos fazendo o que podemos agora? Em absoluto." Aproximadamente 67% dos americanos desaprovam a forma com que Bush conduziu o desastre do furacão, de acordo com pesquisa do AP-Ipsos no início desse mês. Aproximadamente 1,600 pessoas morreram em Louisiana em decorrência da passagem do furacão, que causou uma enchente e deixou a cidade praticamente embaixo da água. Cem cadáveres continuam à espera de reconhecimento, e outros corpos são achados até hoje embaixo de escombros.

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