Estradas são liberadas por manifestantes na Bolívia

Os grupos sociais também exigem que Santa Cruz e outros departamentos abandonem o boicote à Assembléia Constituinte

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Por Agencia Estado
Atualização:

As estradas que ligam Santa Cruz de la Sierra aos Departamentos de Beni e Cochabamba foram desbloqueadas nesta quinta-feira pelos movimentos sociais ligados à agremiação partidária Movimento ao Socialismo (MAS), partido do presidente boliviano, Evo Morales. Mesmo assim, movimentos sociais afirmam que permanecem em alerta e podem retomar a medida a qualquer momento. A suspensão do movimento, que durou um dia, foi negociada pelo presidente em exercício, Alvaro Garcia Linera - o mesmo que convocou ontem os indígenas para a guerra. Além de pressão para que se acelere a reforma agrária, os grupos sociais envolvidos no momento de cerco exigem que Santa Cruz e outros departamentos abandonem o boicote à Assembléia Constituinte. Para o governo, o MAS e os movimentos sociais exigem a aprovação de artigos da Constituição por maioria simples (50% mais 1). A região chamada de Meia Lua (formada por Santa Cruz, Tarija, Pando e Beni, a parte oriental da Bolívia) não abre mão de que cada artigo da constituição seja aprovado por maioria qualificada (dois terços dos votos). O governo alega que isso pode tornar a constituinte inviável. Parlamentares do MAS aceitam aprovar desta forma (maioria qualificada) apenas o texto final da Carta. A oposição ao governo afirma que esta é uma manobra do partido de Evo Morales, já que toda a constituição teria que ser negociada com a oposição para uma aprovação. O MAS detém 50,7% das cadeiras e com a atual posição na Assembléia não teria problemas para impor um texto constitucional na forma que a filosofia indigianista do governo Evo pretende. É este o principal temor de Santa Cruz e a razão de um crescente acirramento dos ânimos na Bolívia.

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