Estratégia continua a mesma no Afeganistão, diz chefe civil da Otan

Mudança de comandante das tropas da aliança não altera luta contra a insurgência

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Atualização:

CABUL - A estratégia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão "continuará em seu caminho", disse nesta quinta-feira, 24, o mais alto representante civil do órgão para o país, Mark Sedwill, a respeito da demissão do comandante das tropas da aliança e dos EUA, o general Stanley McChrystal.

 

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Sedwill disse que "ninguém queria ver o general McChrystal ir embora, mas ele cometeu um grave erro, como ele mesmo reconheceu, e teve de pagar o preço por isso". O americano renunciou ao cargo após ser convocado pelo governo americano para esclarecer as duras críticas que fez ao presidente Barack Obama e sua equipe em um artigo para a revista Rolling Stone.

 

O funcionário da Otan, porém, disse que a estratégia para o combate à insurgência no país continuará a mesma. "Ao apontar o general Dave Petraeus para assumir a missão, o presidente Obama reitera a todos o comprometimento dos EUA com a campanha e coloca um dos melhores oficiais de sua geração para levá-la adiante", disse Sedwill, acrescentando que o presidente americano também diz que as ações da aliança no Afeganistão seguirão os planos.

 

Taleban

 

Sedwill ainda disse que a insurgência taleban cometeria um erro se acreditasse que "é uma boa notícia a troca de comandante" no país. Os rebeldes, porém, disseram que não haveria mudanças na luta armada. "Não ligamos se é McChrystal ou Petraeus. Nossa posição é clara. Nós lutaremos contra as forças invasoras até que elas saiam", disse o porta-voz do Taleban, Yousuf Ahmadi à agência AFP.

 

Para o movimento insurgente, a troca de generais no Afeganistão não se deve às críticas de McChrystal na Rolling Stone, mas é uma estratégia de Obama de "esconder seu fracasso na luta contra o Taleban". "Esta guerra, a mais longa da história dos EUA, não será resolvida trocando generais. A destituição de McChrystal não foi causada por seus comentários e sim porque Obama quer esconder o fracasso de sua estratégia culpando os militares", concluiu o porta-voz.

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