Estudante iraniano teme ser barrado se sair dos EUA

Koushkbadhi, que estuda na Universidade de Kentucky, cancela viagem para visitar família

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Por Cláudia Trevisan , Correspondente e Washington
Atualização:

Estudante da Universidade de Kentucky, Sajad Koushkbadhi já havia comprado passagem para visitar seus pais em Teerã quando Donald Trump editou o decreto que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, entre os quais o Irã.

Koushkbadhi cancelou os planos para a viagem, por temor de que não conseguiria retornar aos Estados Unidos, onde faz doutorado em engenharia aeroespacial. 

Sajad Koushkbadhi pensa em transferir seus estudos para a Austrália ou o Canadá Foto: Reprodução

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“Eu dediquei dois anos ao processo de admissão na universidade e obtenção do visto e não posso correr o risco de perder isso”, disse o estudante ao Estado.

Como os EUA e o Irã não possuem relações diplomáticas, ele fez duas viagens ao Azerbaijão para ser entrevistado por agentes consulares americanos e, em setembro, se mudou para Kentucky. Agora, se arrepende de ter escolhido os Estados Unidos para o seu doutorado e analisa a possibilidade de se transferir para universidades da Austrália ou do Canadá no próximo ano.

“Eu tinha a chance de ir para outros países, mas escolhi os Estados Unidos porque eles têm as melhores universidades na área de engenharia espacial.” Koushkbadhi disse que ainda não teve coragem de dizer à sua mãe que não visitará sua família. 

Com o aumento da tensão no relacionamento entre os Estados Unidos e o Irã depois da posse de Trump, o estudante acredita que o veto a cidadãos de seu país deve continuar em vigor mesmo depois do prazo de 90 dias estabelecido pelo governo para revisão do processo de concessão de vistos. 

“Decidi que não sairei dos Estados Unidos até o próximo ano, porque não sei conseguirei voltar”, declarou. No ano passado, havia 12,27 mil estudantes iranianos nos EUA – o 11.º maior grupo de estrangeiros nas escolas e universidades americanas. Grande parte deles foi afetada de alguma maneira pelo decreto assinado por Trump na sexta-feira. 

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