
08 de agosto de 2011 | 19h46
Os estudantes conclamaram os professores a se unirem a eles em um protesto nacional marcado para amanhã nas universidades e nas escolas do ensino médio.
Os estudantes pretendem desafiar uma proibição das autoridades chilenas e promover uma passeata pela principal avenida de Santiago. Na semana passada, quando tentaram desafiar a proibição, quase 900 manifestantes acabaram presos.
Giorgio Jackson, líder estudantil da Universidade Católica, disse que a situação está cada vez mais crítica porque muitos estudantes podem acabar perdendo o ano se o impasse não for resolvido. Além disso, prosseguiu ele, a saúde de cerca de 40 estudantes em greve de fome está se deteriorando.
À Rádio Cooperativa, Jackson disse que "com o governo lamentavelmente não estão dadas as condições para que se possa avançar e transformar a educação" no Chile.
"Se há algo que se necessita é que os chilenos e as chilenas possam ser partícipes da solução", prosseguiu Jackson a propor um referendo sobre tema. Herdada da ditadura militar liderada pelo general Augusto Pinochet, porém, a atual constituição chilena não contempla consultas populares sobre esse tipo de situação.
Na semana passada, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, apresentou uma proposta de reforma do sistema educacional, mas optou por limitar o debate a governo e Parlamento, excluindo da discussão os estudantes e os professores.
Entre outros pontos, Piñera propôs elevar gradualmente a verba para a educação e transferir a responsabilidade pelo ensino para o governo federal. No entanto, a proposta de Piñera não abrange uma exigência fundamental do estudantes: obrigar as universidades particulares a reinvestirem uma parcela maior de suas receitas, uma vez que a legislação chilena as considera instituições sem fins lucrativos
A oposição a Piñera não aceitou participar do diálogo entre governo e parlamentares e os estudantes prometeram manter os protestos por considerarem insuficiente a proposta oficial. As informações são da Associated Press.
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