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Decreto migratório de Trump desencadeia protestos na Ásia e Oceania

Manifestantes se reuniram nas Filipinas, Indonésia e Austrália; atos foram pacíficos

Atualização:
Manifestantes levavam cartazes com dizeres como 'Estou com raiva de Trump' Foto: Bagus Indahono/EFE

JACARTA - Estudantes da Indonésia e das Filipinas protestaram neste sábado, 4, contra a política de imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os atos ocorreram nas proximidades das embaixadas norte-americanas nas capitais desses países.

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Em Jacarta, dezenas de estudantes e ativistas de grupos de direitos humanos pediram ao governo indonésio e à comunidade internacional apoio para suspender a ordem executiva de Trump, que baniu temporariamente cidadãos de sete países muçulmanos no território dos Estados Unidos. O decreto de Trump não inclui a Indonésia, o mais islâmico mais populoso do mundo, e as Filipinas, importante aliado norte-americano.

No entanto, a Indonésia é o lar temporário de cerca de 14 mil refugiados que buscam asilo em outros países. Assim, o decreto de Trump impacta significativamente as chances deles chegarem aos Estados Unidos, disse a ativista Veronica Koman, uma das organizadoras do protesto em Jacarta. "Nós estamos aqui para protestas contra a xenofobia de Trump e as políticas islamofóbicas dele", afirmou.

Manifestantes levavam cartazes com inscrições como "Estou com raiva de Trump" e "Sem banimento, sem muro".

Nesta sexta-feira, 3, o juiz federal de Seattle James Robart bloqueou temporariamente em todo o país o decreto que bane dos Estados Unidos cidadãos de Irã, Iraque, Síria, Sudão, Somália, Líbia e Iêmen.

"Na verdade, isso não é somente para muçulmanos, mas é uma guerra contra a humanidade. Porque há refugiados e imigrantes de todo o mundo, não somente de países muçulmanos, que não podem ser tratados desta forma", disse a ativista indonésia Filza Inanuma.

Um protesto similar ocorreu do lado de fora da embaixada dos Estados Unidos na capital das Filipinas, Manila. Não foi reportada violência nos atos.

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Austrália

Milhares de manifestantes se reuniram na Austrália condenando a sentença do presidente norte-americano, Donald Trump, de proibir temporariamente refugiados e cidadãos de sete países a entrar nos Estados Unidos. Os laços entre os dois países ficaram tensos na quinta-feira depois que detalhes sobre um telefonema amargo entre Trump e o primeiro-ministro australiano Malcolm Turnbull surgiram. De acordo com informações da "Reuters", Trump disse que um acordo entre as duas nações sobre o reassentamento de refugiados era "estúpido".Sob o "negócio estúpido", os Estados Unidos levariam até 1.250 requerentes de asilo em Nauru e Manus. Em troca, a Austrália levaria refugiados de El Salvador, Guatemala e Honduras.

Cerca de mil pessoas se reuniram em Sydney para protestar contra a ordem executiva sobre imigração e pedir à Austrália que feche seus centros offshore nas pequenas Ilhas do Pacífico. Os manifestantes carregavam cartazes que diziam "Tortura de refugiados, vergonha da Austrália" e "Sem paredes, sem campos, sem proibições". / AP/ REUTERS