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Estudo acusa EUA de exagerar poder nuclear da China

Autores temem "uma perigosa seqüência de ação e reação" como na Guerra Fria

Por Agencia Estado
Atualização:

Um estudo conjunto de dois grupos partidários do controle de armas afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos exageram no poderio nuclear da China e alertou para o perigo de uma corrida armamentista. O estudo, realizado pela Federação de Cientistas dos EUA e pelo Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, afirma que o Pentágono e os órgãos de defesa descrevem o desenvolvimento de armas chinesas de forma mais ameaçadora do que a real para justificar uma nova geração de armas. "A principal conclusão do estudo é que o Pentágono e outros órgãos, de forma rotineira, ressaltam incidentes específicos fora de contexto que equivocadamente apresentam uma ameaça chinesa", disseram os autores do estudo, numa declaração. O Departamento de Defesa e os órgãos de inteligência "exageram a capacidade dos submarinos e mísseis de longo alcance chineses". Por outro lado, a China considera a modernização bélica dos EUA uma razão para fazer o mesmo com seu arsenal, acrescenta o estudo. Os autores temem "uma perigosa seqüência de ação e reação, remanescente da Guerra Fria". O relatório dos grupos independentes se baseia na análise de documentos do Governo dos EUA e imagens de satélites das instalações chinesas. "Os militares sempre precisam de um perigo potencial ou real para ter novas armas, novas estratégias e planos", diz o estudo, intitulado "Forças nucleares chinesas e o planejamento nuclear bélico dos EUA". Com o fim da União Soviética, "os EUA voltaram a sua atenção para a China, para encher o vazio", afirma o documento. Calcula-se que a China conte com um arsenal de 200 ogivas nucleares, contra 10 mil dos EUA. A comparação mostra que existe uma "enorme desproporção, que se manterá no futuro".

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