Estudo desbanca a maldição de Tutankamon

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Por Agencia Estado
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Os ocidentais que perturbaram a tumba de Tutankamon já estão todos mortos, mas não partiram mais cedo do que outros que se mantiveram à distância, explica estudo publicado no British Medical Journal. ?A maldição não precisa ser desbancada cientificamente, porque sempre foi uma bobagem, mas esta é a primeira vez que a vejo ser tratada desta maneira médica, científica?, disse Neal Spencer, egiptólogo do Museu Britânico. Quando as pessoas associadas à expedição liderada pelo arqueólogo britânico Howard Carter que, em 1922, descobriu a tumba começaram a morrer prematuramente, os falecimentos foram atribuídos a uma suposta ?maldição da múmia?. A morte, no ano seguinte, de Lorde Carnarvon, que financiou a expedição, causou sensação da imprensa mundial. Carnarvon, de 57 anos, morreu de pneumonia e infecção, depois que uma picada de mosquito infeccionou. Mas a especulação era de que teria sido vítima da maldição da tumba de Tutankamon. ?O noticiário da época tratou de associar a morte de cada homem à maldição, não importa o quanto a conexão fosse obscura?, disse o autor do estúdio, Mark Nelson, um epidemiologista e especialista em medicina preventiva da Universidade Monash, em Melbourne, Austrália. A edição de Natal do British Medical Journal tradicionalmente abre espaço para artigos mais leves e curiosos. O estudo de Nelson usou os diários de Carter para selecionar um grupo de análise. Carter registrou a presença de 44 ocidentais no Egito na época da descoberta da tumba, dos quais 25 poderiam ter tido contato com a maldição. O grupo incluía membros da equipe de escavação, jornalistas, membros da Família Real belga, autoridades britânicas e ocidentais contratados pelo governo egípcio. Nelson definiu como ?expostos à maldição? os ocidentais que, segundo Carter, estiveram presentes a pelo menos um de quatro eventos-chave: a quebra dos lacres da tumba, em 17 fevereiro de 1923; a abertura dos sarcófagos, em 3 de fevereiro de 1926; a abertura dos caixões, em 10 de outubro de 1926; e o exame da múmia, em 11 de novembro de 1926. ?Nenhuma das exposições afetou o tempo de sobrevivência? das pessoas presentes, conclui o estudo.

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