Estudo indica que vacina da Pfizer é eficaz contra cepa inglesa do coronavírus

Farmacêutica continuará a testar eficácia do imunizante contra outras mutações, incluindo a E484K, encontrada na África do Sul e no Brasil; tecnologia de RNA mensageiro permite que vacina seja ajustada em seis semanas

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Por Redação
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Uma pesquisa da Pfizer em parceria com o braço médico da Universidade do Texas sugere que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana e pela BioNTech é capaz de proteger contra as novas variantes do coronavírus descobertas no Reino Unido e na África do Sul. Os anticorpos presentes em amostras de sangue de 20 pessoas que receberam a vacina conseguiram combater as novas cepas do vírus em um estudo de laboratório.

O estudo é preliminar e ainda não foi revisado por outros especialistas, um passo chave na pesquisa médica. "Foi uma descoberta muito tranquilizadora que ao menos essa mutação, que é uma das quais mais preocupa as pessoas, não parece ser um problema", disse o diretor-chefe científico da Pfizer, Phillip Dormitzer.

Vacinas da Pfizer e Moderna, que usam a tecnologia do RNA mensageiro, podem ser rapidamente ajustadas para combater as novas mutações caso seja necessário Foto: Christophe Petit Tesson/EFE

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As variantes do coronavírus originárias do Reino Unido e da África do Sul compartilham uma mutação comum chamada N501Y, uma leve alteração na proteína spike que envolve o vírus. Acredita-se que essa mudança é a razão pela qual eles se disseminam tão rapidamente. A variante já foi detectada em São Paulo, em dezembro. A maior parte das vacinas sendo lançadas no mundo treina o corpo para reconhecer essa proteína e combatê-la.

Apesar de concluir que a vacina parece funcionar contra 15 mutações possíveis, o estudo é limitado porque não incluiu todas as mutações encontradas nas novas variantes do coronavírus. Na África do Sul, por exemplo, a variante tem uma mutação adicional, chamada E484K, já identificada em amostras no Rio de Janeiro e Bahia. A E484K não estava entre as testadas na pesquisa. A farmacêutica diz que ela é a próxima da lista.

"Até agora testamos 16 mutações diferentes e nenhuma delas teve impacto significativo. É uma boa notícia", disse Dormitzer. Segundo o diretor da Pfizer, isso não significa que a 17ª mutação testada também terá o mesmo resultado. 

Os pesquisadores planejam fazer outros testes para descobrir se a vacina é eficaz contra outras mutações e esperam ter mais dados em algumas semanas.  

As vacinas da Pfizer e Moderna, que usam a tecnologia do RNA mensageiro, podem ser rapidamente ajustadas para combater as novas mutações caso seja necessário. Cientistas estimam que as mudanças poderiam ser feitas em seis semanas./Com informações da Associated Press e REUTERS

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