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Etiene Medeiros nadou contra a correnteza?

A brasileira quebrou o recorde sul-americano na semifinal, mas foi pior na eliminatória e na final

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Por Helio Gurovitz
Atualização:

A Federação Internacional de Natação (Fina) negou. A Myrtha Pools, que fez a piscina temporária para a Olimpíada do Rio, exibiu dois vídeos, um plástico e uma bola de polo aquático boiando parados. Mas o mistério da piscina olímpica persiste. Pela praxe, nadadores mais rápidos ficam nas raias do meio. Mas duas análises estatísticas independentes – de Joel Stager, da Universidade de Indiana, e de Barry Revzin, para o site Swimswam – constataram vantagem para quem nadava mais perto das bordas. Na raia 1, os nadadores chegavam a ir 0,4 s mais rápido na ida, ao se afastar do bloco de partida. Na raia 8, a volta era sistematicamente mais veloz. A descoberta repete o padrão de outras competições em piscinas temporárias, como o mundial de Barcelona, em 2013, ou o troféu Maria Lenk. É consistente com uma correnteza circular pelas bordas, negada pela Fina e pela Myrtha. Numa prova longa, as vantagens na ida e na volta podem se anular. Na prova de 50 m livre – só uma piscina –, é fatal. No Rio, a disputa começava do lado oposto aos blocos, e quem nadou mais perto da 8 se deu melhor. A brasileira Etiene Medeiros quebrou o recorde sul-americano na semifinal (raia 8, 24,45s); foi pior na eliminatória (raia 2, 24,82s) e na final (raia 1, 24,69s). A diferença da medalha de prata (raia 7) para a sexta colocada (raia 3) foi de 12 centésimos. Etiene teria chance de medalha noutra raia?

Etiene Medeiros Foto: Satiro Sodre/SSPress

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O ‘New York Times’... não dá

Em editorial, o New York Times afirmou que o Senado depôs Dilma Rousseff porque ela usou “fundos de bancos estatais para assegurar o orçamento do governo antes de sua reeleição em 2014”. Quem acompanhou o caso sabe: ela foi condenada por fraudes fiscais cometidas em 2015 – três decretos ilegais de crédito suplementar e o atraso em transferências do Tesouro ao Banco do Brasil.

Deu no ‘Wall Street Journal’

Bastaria aos editorialistas do Times ler o que escreveram seus concorrentes para entender o impeachment no Brasil. “As leis que a sra. Rousseff violou foram aprovadas depois que empréstimos de bancos estatais ao governo e déficits levaram à hiperinflação”, disse o Wall Street Journal em editorial. “Os brasileiros as levam a sério, e milhões de americanos provavelmente se perguntam por que não podem levar ao impeachment políticos de Washington por ofensas fiscais similares.”

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A reação de Trump nas pesquisas

O candidato republicano Donald Trump voltou a subir em pesquisas eleitorais. Segundo a média mantida pelo site RealClearPolitics, a vantagem de Hillary Clinton caiu de 6 para 4,5 pontos porcentuais na última semana. Na média corrigida do FiveThirtyEight, foi de 5,7 para 4,1 pontos – eram 8 pontos no meio de agosto.

Católicos não votam em Trump

Nas últimas eleições, católicos se dividiram por igual entre republicanos e democratas. Nesta, não querem saber de Trump. A vantagem de Hillary no grupo foi estimada em 23 e 27 pontos porcentuais em duas pesquisas recentes. Mais que latinos, negros, jovens ou mulheres, os católicos republicanos são o grupo demográfico cujo voto Trump tem mais dificuldade em manter.

O nazismo prolifera no Twitter

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O Twitter diz ter fechado 360 mil contas ligadas ao Estado Islâmico desde 2015, mas tem feito vista grossa a nazistas e supremacistas brancos, constata um novo estudo da Universidade George Washington. Nas contas de propaganda racista e fascista monitoradas, os seguidores cresceram 600% desde 2012. Havia, em cada uma, 22 vezes o número de seguidores dos simpatizantes do EI. Apenas 7 foram suspensas – ante 1.100 vinculadas ao EI.

A arte global de Burle Marx

Os brasileiros demorarão para ver a exposição sobre o paisagista Roberto Burle Marx que arrebatou Nova York, onde fica até dia 18. Depois de passar pela Europa, chega ao Museu de Arte do Rio só em novembro de 2017. “Burle Marx libertou a jardinagem dos precedentes europeus convencionais e lançou a disciplina numa nova era de apropriação regional em escala global”, escreveu Martin Filler sobre o brasileiro, na New York Review of Books.

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