EUA acenam com alívio de sanções a quem apoiar Guaidó e citam PDVSA
'Único caminho' a aliados de Maduro é apoiar governo interino, diz assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton
Por Beatriz Bulla , CORRESPONDENTE e WASHINGTON
Atualização:
WASHINGTON - Os Estados Unidos passaram a oferecer o alívio de sanções econômicas e diplomáticas impostas a aliados do regime de Nicolás Maduro se houver uma adesão ao movimento iniciado pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, o opositor Juan Guaidó. Isso inclui sanções impostas à petrolífera venezuelana PDVSA, que teve ativos bloqueados.
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O Departamento do Tesouro americano divulgou na tarde desta terça-feira, 30, uma nota em inglês e em espanhol atribuída ao porta-voz do órgão, na qual os EUA alegam que “o caminho para alívio de sanções individuais e de entidades ligadas ao antigo regime de Maduro, incluindo instituições como a PDVSA, é mudar o comportamento através do apoio a um líder venezuelano democraticamente eleito e àqueles que buscam a restauração da democracia”.
O assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, publicou o comunicado no Twitter e indicou que o “único caminho” para o alívio das sanções é aceitar “a generosa oferta de anistia de Guaidó”. O Tesouro americano informou que os EUA “continuarão” a cobrar os responsáveis que se colocam “no caminho para a restauração da democracia”.
Nesta manhã, o líder opositor autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou que militares apoiam o movimento para acabar com o regime de Nicolás Maduro e convocou a população para as ruas do país. Leopoldo López, líder opositor que deixou a prisão domiciliar pela manhã, está nas ruas ao lado de Guaidó e disse ter sido solto após os soldados que vigiavam sua casa deixarem de reconhecer a liderança do chavista.
“Não é golpe” - Carlos Vecchio, embaixador nos Estados Unidos do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou uma entrevista coletiva nesta terça-feira para defender que o que acontece hoje no país “não é golpe de Estado”. “Isso não é um golpe de Estado, é um processo constitucional, democrático, apoiado em nossa Constituição, feito por um civil, representado neste momento por Juan Guaidó, que conforme os artigos de nossa constituição tem a obrigação de reestabelecer a ordem constitucional”, disse Vecchio, em Washington. “O golpe de Estado quem deu foi Nicolás Maduro, usurpando o poder”, completou o embaixador.
Vecchio é reconhecido como embaixador da Venezuela nos EUA pelo governo de Donald Trump e tem feito o diálogo entre o grupo de Guaidó e a cúpula da Casa Branca. No pronunciamento, ele pediu que a comunidade internacional continue com a pressão sobre Maduro e “cuidem para que se respeite os direitos à vida dos venezuelanos que hoje estão protestando”.
“É o começo do fim, e o fim está muito perto”, afirmou o venezuelano, que pediu que Maduro facilite o processo de transição e aceite “que é hora de deixar o poder”. “É um processo invitável de mudança”, defende Vecchio.
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O representante de Guaidó na Organização dos Estados Americanos (OEA), Gustavo Tarre, que fica em Washington, também saiu em defesa da legitimidade do movimento desta manhã. Segundo ele, a “operação liberdade é a execução direta da Constituição e do Estatudo de Transição”. “A Venezuela recuperará a democracia”, afirmou.
Guaidó diz ter apoio de militares contra Maduro
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Tensão na Venezuela
Líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, cumprimentamilitar perto da base aérea La Carlota, em Caracas; ele diz ter apoio de militares contra Maduro. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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Ao lado decaixas de armamentoe de bananas, militar usa seu celular perto da Base Aérea 'La Carlota' Generalísimo Francisco de Miranda, em Caracas. Foto: REUTERS/ Carlos Garcia Rawlins
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O líder opositor e autoproclamado presidente interino daVenezuela,Juan Guaidó,anunciou nesta terça-feira, 30, que conta com o apoio de um grupo de mil... Foto: Twitter/JuanGuaidóMais
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Político opositor Leopoldo Lópezafirmou que foi libertado de prisão domiciliar por militares e também pediu que os venezuelanos tomem as ruas pacifica... Foto: Reiner/EFEMais
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O líder opositor e autoproclamado presidente interino daVenezuela,Juan Guaidó, anunciou que conta com o apoio de um grupo de militares para restaurar ... Foto: Carlos Garcia Rawlins / ReutersMais
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Na mensagem publicada nas redes sociais,Guaidóconvocou outros militares a se juntarem a seu movimento e pediu que a população saia às ruas"de forma pa... Foto: Ariana Cubillos / APMais
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Leopoldo López, condenado a 14 anos de prisão pelos protestos anti-governamentais de 2014, estava em prisão domiciliar. Nas redes sociais, ele afirmou... Foto: Reiner/EFEMais
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O governo Maduro chamou a iniciativa de Guaidó de uma "tentativa de golpe de Estado". "Neste momento estamos enfrentando e desativando um grupo reduzi... Foto: Ariana Cubillos/APMais
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O ministro de Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, disse que o clima é de "normalidade" nos quartéis. Foto: Ariana Cubillos / AP
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No vídeo publicado na internet, Guaidó convocou às ruas todos aqueles venezuelanos que se comprometeram nas últimas semanas a se manifestar para exigi... Foto: Carlos Garcia Rawlins / ReutersMais
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O presidente da Bolívia, Evo Morales - aliado de Maduro -, "condenou energicamente" o que chamou de "tentativa de golpe de Estado" na Venezuela. Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters
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No vídeo publicado na internet, Guaidó afirmou que as Forças Armadas estão claramente do lado da Constituição. Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters
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Venezuelanosse pretegem durante confronto em Caracas. Foto: Yuri CORTEZ/ AFP
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Venezuelanos se protegem duranteconfrontosque tomam conta deruas em Caracas. Foto: Yuri CORTEZ/ AFP
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Venezuelano cobre o rosto durante protesto em Caracas.O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, reforça ter apoio dos militares. Foto: Yuri CORTEZ/ AFP
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Venezuelanos pró e contra o governo de Maduro tomam ruas de Caracas. Foto: Matias Delacroix/ AFP
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As forças de segurança da Venezuela que apoiam o governo de Nicolás Maduro lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra o líder opositor Juan Guaidó, qu... Foto: Yuri CORTEZ/ AFPMais
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Político opositorLeopoldo Lópezsegura bandeira e agradece apoio recebido paraderrubar Maduro.López cumpria prisão domiciliar e disse ter sido solto ap... Foto: Federico PARRA/ AFPMais
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Venezuelanos fogem debombas de gás lacrimogêneodurante conflito no país. Foto: Yuri CORTEZ/ AFP
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Nesta foto que foi tirada em 18 de fevereiro de 2014, Leopoldo López foiescoltado pela Guarda Nacional depois de se entregar, durante uma manifestação... Foto: Juan BARRETO/ AFPMais
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Tumulto e violência tomam conta das ruas de Caracas nesta terça-feira, 30. Foto: AP Photo/ Fernando Vergara
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Imagens transmitidas pela internet direto de Caracas mostram cenas de tumulto e violência nos arredores da base aérea de La Carlota, onde se reúnem op... Foto: Yuri CORTEZ/ AFPMais
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Pessoas atravessam a ponte Simon Bolivar, entre Táchira, na Venezuela, e Cúcuta, na Colômbia. Foto: MENDOZA/ AFP
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Venezuelanoscruzam a fronteira em direção à Colômbia. Foto: Schneyder MENDOZA/ AFP
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Simpatizante de Juan Guaidó usa máscara para se proteger de bombas de gás lacrimogêneo. Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez
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Veículosbloqueiamestradasperto da base aérea de'La Carlota', em Caracas. Foto: REUTERS/ Carlos Garcia Rawlins
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Apoiador da oposição ergue bandeira em Caracas. Foto: Reuters/ Carlos Garcia Rawlins
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Ativistas da oposição emilitares que apoiam Guaidó permanecem em ponte em frente a base aérea de 'La Carlota'. Foto: Yuri CORTEZ/ AFP
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Líderes internacionais demonstram preocupação com 'derramamento de sangue' na Venezuela. Soldados e população reagem ao som de armas de fogo perto da ... Foto: REUTERS/ Carlos Garcia RawlinsMais
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Juan Guaidó, que recebeu o apoio de diversos países, entre eles, Brasil, Estados Unidos e Alemanha, faz discurso a apoiadores em Caracas. Foto: REUTERS/ Carlos Garcia Rawlins
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Venezuelanos se manifestam em Cúcuta, na Colômbia. Foto: EFE/ STR
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Veículos militares atropelam manifestantes a favor de Guaidó e situação começa a sair do controle na Venezuela. Integrantes da Guarda Nacional Bolivar... Foto: Federico PARRA/ AFPMais
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Venezuelanos levantam bandeira em frente ao Consulado do país em Bogotá, na Colômbia. Foto: EFE/ Mauricio Castaneda
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Militares que apoiam Guaidó atiram para o céu para inibir forças militares leais ao governo de Maduro que tentam dispersar manifestação perto da base ... Foto: Federico PARRA/ AFPMais
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Forças leais ao governo de Maduro entram em confronto com apoiadores de Guaidó. Foto: Yuri CORTEZ/ AFP
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Situação começa a sair do controle em Caracas. Foto: Federico PARRA/ AFP
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Tropas leais aNicolás Maduro entram em confronto contra apoiadores de Guaidó. População foge de bombas de gás lacrimogêneo. Foto: AP Photo/ Fernando Llano
Tensão na Venezuela.
Manifestantes preparam bomba de gás caseira para atirar contra soldados leais a Maduro. Foto: Matias DELACROIX/ AFP
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Homem fica ferido durante confrontos em Caracas. Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez
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Juan Guaidó, ao lado da líder de oposição María Corina Machado Parisca, se juntaa populares e militares contrários ao governo de Maduro. Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez
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Veículo da Guarda Nacional de Maduro atropela apoiadores de Guaidó. Foto: REUTERS/ Ueslei Marcelino
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Manifestantes da oposição entram em confronto contra forças de segurança de Maduro perto da base aérea de 'La Carlota'. Foto: REUTERS/ Carlos Garcia Rawlins
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Veículo militar do governo de Maduro avança contra manifestantes a favor de Guaidó. Foto: REUTERS/ Ueslei Marcelino
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Homem ferido recebe assistência em meio ao confronto entre forças leais a Maduro e manifestantes contrário ao seu governo. Foto: Federico PARRA/ AFP
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Juan Guaidó e Leopoldo Lopez lideram manifestação para derrubada de Maduroem Caracas. Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez
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Manifestante em frente a ônibus pegando fogo perto da base aérea de 'La Carlota'. Foto: REUTERS/ Ueslei Marcelino
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Veículos das forças armadas de Maduro jogam água para dispersar manifestantes favoráveis aGuaidó. Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez
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Venezuelanos retornam ao país pela ponte Simón Bolívar, após comprarem comida em 'La Parada', perto de Cúcuta, na Colômbia. Foto: AP Photo/ Fernando Vergara
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Com o filho Carlos no colo, Carla Bustillos discursa para apoiadores de Guaidó, em frente à Embaixada da Venezuela em Washington, nos Estados Unidos. Foto: AP Photo/ Andrew Harnik
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Apoiadores de Nicolás Maduro se reúnem nas proximidades do Palácio de Miraflores, sede da Presidência da Venezuela. Foto: Matias DELACROIX/ AFP
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Apoiadores de Guaidó usam braceletes azuis. Foto: EFE/ STR
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Veículo das forças armadas de Maduro pegando fogo. Foto: Federico PARRA/ AFP)
Tarre e Vecchio fazem parte do grupo de Guaidó em articulação direta com os americanos. Até agora, os maiores expoentes da linha-dura de Trump contra o regime de Nicolás Maduro saíram em defesa da mobilização de Guaidó. Mais cedo, o secretário de Estado americano Mike Pompeo havia declarado “completo apoio” à “luta pela liberdade” do povo venezuelano, enquanto o assessor de segurança nacional, John Bolton, afirmou que venezuelanos estão deixando claro que o caminho para a democracia é “irreversível”. O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, também usou as redes sociais para apoiar o movimento de Guaidó.