
20 de agosto de 2012 | 18h03
WASHINGTON - O governo dos Estados Unidos negou nesta segunda-feira, 20, que tenha armado uma "caça às bruxas" em torno do WikiLeaks, como disse seu fundador, Julian Assange, e considerou essas declarações uma tentativa de "distrair a atenção" da investigação que o australiano enfrenta na Suécia. "Claramente, está tentando distrair a atenção do verdadeiro e urgente assunto que é se ele vai enfrentar à justiça na Suécia", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, em sua entrevista coletiva diária.
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Da Embaixada do Equador em Londres, onde está asilado desde 19 de junho, Assange apelou, no domingo, para o presidente norte-americano, Barack Obama, "fazer o certo" e suspender o que considera uma "caça às bruxas" contra o WikiLeaks. "Ele não passa por nenhuma perseguição aqui", defendeu Nuland, que evitou novamente comentar sobre os rumores de que um tribunal americano prepara uma acusação contra o ativista australiano.
Nuland também se referiu à decisão da Organização dos Estados Americanos (OEA) de convocar os chanceleres do continente em Washington para estudarem o caso, e em particular as supostas ameaças do Reino Unido de entrar à força na embaixada. "Não vemos nenhum papel para a OEA em uma situação hipotética que não parece iminente", declarou a porta-voz, em referência à advertência do governo britânico de recorrer a uma lei de 1987 para entrar na embaixada e deter Assange.
Estados Unidos, Canadá e Trinidad e Tobago foram os únicos três países que votaram contra em uma sessão extraordinária na OEA, que na sexta-feira passada decidiu por maioria absoluta convocar os ministros de Relações Exteriores do continente. "Trabalhamos assuntos muito importantes na OEA, que têm a ver com a força e a saúde da democracia na região. E isso, francamente, é um espetáculo secundário", criticou Nuland.
Ela alegou que os Estados Unidos não mantiveram conversas com o governo de Rafael Correa sobre o destino de Assange nem a resolução da crise diplomática entre Equador e o Reino Unido. "Não tentamos negociar isso bilateralmente porque realmente não há nada a dizer."
Com Efe
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