EUA acusam Síria de ter usado gás sarin e cloro no ataque a Duma

Fontes do governo americanos dizem que relatórios e testemunhas corroboram versão de que Bashar Assad atacou os moradores da cidade nos arredores de Damasco com armas químicas; França pública dossiê para justificar participação em ofensiva

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Por Redação
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WASHINGTON - Os Estados Unidos disseram ter relatórios que apontam que o governo da Síria usou o gás sarin, um agente neurotóxico, junto com cloro contra a cidade de Duma, nos arredores de Damasco, e denunciou que o uso de armas químicas "se soma a brutalidades" cometidas pelo regime de Bashar Assad contra seu próprio povo.

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A ação levou à resposta militar de potências ocidentais na madrugada deste sábado. "Embora se tenha mais informações disponíveis sobre o uso de cloro, temos informação relevante que também aponta para o uso de sarin", declarou um funcionário do alto escalão do governo americano, que falou na condição de anonimato. 

Segundo fontes do governo americano, Assad usou cloro e sarin em ataque contra a cidade de Duma Foto: Syrian Civil Defense White Helmets via AP

A informação foi confirmada pelas agências internacionais por uma segunda fonte do governo de Donald Trump, também falando de forma anônima, que apontou para as mesmas conclusões.

De acordo com esta representante do governo, os EUA contam com grande quantidade de relatórios que revelam que foram as forças leais a Assad que bombardearam na semana passada a cidade de Duma. "Testemunhas presenciais corroboram que as bombas foram lançadas de helicópteros do regime", disse a fonte.

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Com estas declarações, o governo americano pretende responder aos que criticaram o ataque, ressaltando que o Trump foi cauteloso e só ordenou o ataque após ter evidencias do uso de armas químicas.

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"O presidente tomou a decisão após uma semana de consultas com seus conselheiros e aliados", explicaram as fontes da administração americana.

Outro representante do governo também acusou Moscou de ter permitido que Asad cometesse "crimes de guerra e usasse armas químicas contra seu povo". 

"O que não há dúvida é sobre a cumplicidade da Rússia", afirmou o funcionário, que lamentou que Moscou tenha "obstruído" qualquer medida possível do Conselho de Segurança da ONU para investigar as "brutalidades" cometidas pelo líder sírio.

Relatório francês

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O governo de Emmanuel Macron publicou um dossiê neste sábado fornecendo o que descreveu como evidências de que o regime de Assad estava por trás do ataque químico contra civis na Síria, em um esforço para reforçar a justificativa para a realização de ataques aéreos contra Damasco.

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O documento de sete páginas divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores disse que os serviços de inteligência franceses concluíram com "alto grau de confiança" que o governo sírio usou armas químicas em um ataque à cidade de Duma em 7 de abril.

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As conclusões foram extraídas de depoimentos de testemunhas e fotos coletadas pela inteligência francesa, bem como de vídeos e fotos postados na internet que analistas de inteligência consideravam autênticos. O relatório reconheceu que a França não conseguiu obter amostras químicas para análise em seus próprios laboratórios.

O relatório afirma que dados de inteligência "confiáveis" mostram que oficiais militares sírios coordenaram o ataque em Duma, usando cloro. O governo disse que as acusações foram apoiadas por um padrão de ataques anteriores que a França atribui ao regime de Assad.  / EFE, AFP e DOW JONES

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