23 de setembro de 2016 | 13h57
NOVA YORK - Os EUA afirmaram na quinta-feira que o anúncio de que o referendo revogatório do mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não acontecerá este ano impede que o povo decida sobre o futuro de seu país, e pediram que o governo escute "todas as vozes" de seus cidadãos.
"Os EUA estão preocupados pelo o anúncio de ontem (quarta-feira) do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela de que seu processo de referendo revogatório não poderá ser completado até 2017", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, em comunicado emitido em Nova York.
"Esta decisão, somada às contínuas restrições aos veículos de comunicação e outras ações para debilitar a autoridade da Assembleia Nacional, priva os cidadãos venezuelanos da oportunidade de dar forma ao rumo de seu país", acrescentou.
Segundo o porta-voz, há "um pacote de ações que reforçam as preocupações" dos EUA "sobre a imparcialidade do processo" do CNE para tramitar a solicitação da oposição venezuelana para um referendo revogatório.
Nesse "pacote", os EUA incluem "os atrasos não explicados do CNE para anunciar as datas da nova fase do processo, suas decisões de estabelecer um número muito limitado de situações para a coleta de assinaturas de 26 a 28 de outubro, a distribuição dessas situações de maneira partidária e a imposição de um requisito irregular para essas assinaturas que varia de Estado para Estado".
"Pedimos ao Executivo venezuelano que elabore um diálogo sério tanto com a oposição como com os venezuelanos de todo o espectro político. É hora de escutar todas as vozes venezuelanas e trabalhar juntos para encontrar soluções", concluiu Kirby.
A oposição venezuelana, por sua vez, insistiu que o referendo revogatório deveria acontecer antes de 10 de janeiro de 2017, quando se inicia o quarto ano do mandato de Maduro, porque caso ele perca, não seriam convocadas novas eleições, mas seu vice-presidente o substituiria.
Depois que o CNE projetou na quarta-feira que o referendo não poderá acontecer até o primeiro trimestre de 2017, o chavismo afirmou que é "completamente impossível" que a consulta ocorra no próximo ano, o que trava ainda mais o processo. / EFE
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