EUA ameaçam armar Golfo Pérsico

Hillary afirma que país está pronto para modernizar defesa de aliados na região caso Irã obtenha armas atômicas

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Por AP , NYT e REUTERS E AFP
Atualização:

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou ontem que a Casa Branca está preparada para reforçar sua presença militar nos países aliados do Golfo Pérsico, caso o Irã desenvolva armas nucleares. Hillary disse que os americanos estenderiam um "guarda-chuva de defesa" pela região, evitando que Teerã seja uma ameaça. "Manteremos abertas as portas para as negociações com o Irã, mas tomaremos ações duras e modernizaremos as defesas de nossos aliados na região", disse Hillary. "Se os EUA ampliarem seu guarda-chuva de defesa na região, melhorando ainda mais a capacidade militar de seus aliados no Golfo Pérsico, é improvável que o Irã se beneficie de um arsenal nuclear." Os comentários, feitos durante uma reunião do Fórum de Segurança da Ásia (ARF, na sigla em inglês), na Tailândia, provocaram a rejeição imediata de Dan Meridor, ministro encarregado dos serviços de inteligência de Israel. "Não fiquei muito animado ao ouvir essas declarações. Não se pode atuar supondo que o Irã consiga obter armas nucleares, mas sim impedindo que isso ocorra", afirmou Meridor. Mais tarde, Hillary disse que não havia sugerido uma nova política americana, reiterando que um Irã com armas atômicas seria inaceitável para os EUA. "Na verdade, todos nós acreditamos que seja inaceitável que o Irã tenha armas nucleares. Eu disse isso reiteradas vezes", afirmou. "Eu estava apenas realçando o fato de que o Irã tem de entender que o desenvolvimento de armas nucleares não o tornará mais seguro nem aumentará seu poder regional." COREIA DO NORTE Hillary também declarou que o "fim irreversível" do programa nuclear bélico da Coreia do Norte é a única opção viável para tirar Pyongyang do isolamento. Hillary enfatizou que EUA, China, Rússia, Japão e Coreia do Sul estão de acordo quanto à exigência. "Se a Coreia do Norte aceitasse sua desnuclearização irreversível, os EUA e seus aliados poderiam contribuir com novos incentivos, que poderiam incluir a normalização das relações." MIANMAR A secretária de Estado comentou ainda as preocupações americanas sobre a transferência de tecnologia nuclear da Coreia do Norte para a ditadura militar de Mianmar. Ela aproveitou o encontro para condenar o tratamento dado a líder pró-democracia Aung San Suu Kyi, detida há quase 14 anos. "A libertação dela abriria oportunidades para que os americanos ampliassem a relação com Mianmar, principalmente com novos investimentos", declarou. CHINA Hillary assinou ontem um pacto de amizade com os países do Sudeste Asiático que compromete os signatários com três princípios: a resolução pacífica de disputas, o não uso da força e a não interferência em assuntos domésticos. No entanto, segundo analistas e diplomatas, o acordo serviria para os EUA tentarem conter a crescente influência da China na região.

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