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EUA ameaçaram multar Yahoo! para obter informações de internautas

Conglomerado de internet teria de pagar US$ 250 mil por dia caso não revelasse dados de seus usuários para o governo americano

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Por Redação
Atualização:

SAN FRANCISCO, EUA - A corte federal dos EUA que rejeitou em 2008 uma apelação do conglomerado de internet Yahoo! contra a vigilância secreta de seus usuários por parte do governo americano revelou nesta quinta-feira, 11, documentos que comprovam que Washington ameaçou a empresa com uma multa de US$ 250 mil por dia caso os dados dos internautas não lhes fossem fornecidos.

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O fato de o Yahoo! ter perdido o caso abriu caminho para uma vasta expansão da espionagem dos EUA pela internet por meio do programa Prism, pelo qual a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e o FBI, a polícia federal americana, tiveram acesso irrestrito - e sem necessidade de se justificar perante a Justiça - a e-mails, conversas e arquivos que trafegaram pelos principais servidores, redes sociais e softwares de comunicação do mundo.

Finalmente, o Yahoo! e outras sete companhias de internet concordaram em fornecer dados para o governo americano por meio do Prism, cuja existência foi revelada pelo ex-agente de inteligência Edward Snowden no ano passado.

A ameaça contra o Yahoo! fez com que o conglomerado fosse uma das primeiras companhias a fornecer dados para o Prism. A empresa publicou em um blog o valor da multa a que seria submetida caso não atendesse à exigência do governo americano.

Os processos na Corte Federal de Inteligência e Vigilância costumam ser secretos. O Yahoo! vinha pressionando o tribunal há meses para a que os documentos do caso fossem revelados. "Consideramos esse fato (a divulgação dos documentos) uma importânte vitória para a transparência e esperamos que esses registros ajudem a promover uma discussão bem informada sobre a relação entre privacidade, respeito a normas processuais e coleta de dados de inteligência", declarou Ron Bell, advogado do Yahoo!, no post da empresa sobre o assunto. / NYT e W. POST

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