EUA ampliam ataque a célula da Al-Qaeda

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Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

Os Estados Unidos intensificaram a "guerra informal" que mantêm no Iêmen - um aliado de Washington na luta contra o terrorismo - para combater a Al-Qaeda no país, que enfrenta uma delicada situação de vácuo de poder desde que seu presidente, Ali Abdullah Saleh, foi para a Arábia Saudita tratar os ferimentos que sofreu durante um ataque de seus opositores, no dia 3. De acordo com informações publicadas ontem pelo jornal The New York Times, os ataques americanos contra os militantes da Al-Qaeda, com caças e aeronaves não tripuladas, foram intensificados por determinação do governo de Barack Obama. As operações militares no Iêmen são lideradas pelo Pentágono, em cooperação com a Agência Central de Inteligência (CIA).Para a CIA, a Al-Qaeda no Iêmen traz maiores ameaças aos EUA do que os líderes da organização que atuam no Paquistão. Ontem, no Congresso americano, o diretor da CIA e futuro secretário da Defesa, Leon Panetta, manifestou preocupação com as células da Al-Qaeda no Iêmen e na Somália. "Elas continuam perigosas e nós temos de ir atrás delas."Os ataques dos EUA a alvos da Al-Qaeda em solo iemenita recomeçaram após uma pausa de um ano e têm como base informações obtidas por espiões americanos e sauditas. No dia 3, caças americanos atacaram o sul do Iêmen e mataram um dos principais integrantes da Al-Qaeda no país, Abu Ali al-Harithi, e outros militantes. No fim de abril, mísseis foram lançados no esconderijo de Anwar al-Awlaki, líder religioso extremista nascido nos EUA e um dos terroristas mais procurados por Washington, mas ele conseguiu escapar. Segundo o New York Times, o governo americano está preocupado com a possibilidade da perda de apoio do governo do Iêmen nessas operações, caso a presidência de quase 33 anos de Saleh chegue ao fim. O regime do iemenita tem sido desafiado por manifestantes que exigem o fim de seu governo - muitos deles questionam a autorização aos ataques militares americanos no país, oficializada em 2009. Diante do risco da queda de seu principal aliado, a Embaixada dos EUA em Sanaa, capital do Iêmen, foi instruída a convencer líderes da oposição a apoiar a continuidade da ação americana. Em princípio, essas dirigentes teriam concordado. A preocupação de Washington estende-se ainda à definição das futuras operações militares. Sem a ajuda de Saleh, os EUA temem que seus ataques aéreos sejam usados em disputas tribais.

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