EUA anunciam mais investimentos privados na América Central para conter imigração

Iniciativa faz parte de plano de mais de US$ 1,2 bilhão e envolve empresas como Cargill e PepsiCo

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Por Redação
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WASHINGTON - A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, anunciou nesta segunda-feira, 13, novos compromissos de investimentos do setor privado na América Central, como parte de um plano de mais de US$ 1,2 bilhão lançado em maio para combater as raízes da imigração.

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Com o plano, as empresas podem se engajar no enfrentamento sustentável da migração por meio de oportunidades econômicas.

Entre as iniciativas reveladas nesta segunda-feira, estão as da CARE International, Cargill, Grupo Mariposa, Parkdale Mills, PepsiCo, JDE Peet's e PriceSmart. Por sua vez, Mastercard, Microsoft e Nespresso anunciaram novos projetos na região, além dos já indicados em maio. 

Harris fez o anúncio no encerramento de uma conferência virtual convocada pelo Departamento de Estado, a Câmara de Comércio dos EUA e a The Partnership for Central America, que atraiu mais de 1.300 líderes empresariais, governamentais e da sociedade civil.

Migrantes cruzam o Rio Grande, em direção a Del Rio, no Texas Foto: Sergio Flores/ The Washington Post

Algumas das iniciativas de maio já estão dando frutos: a Microsoft desenvolveu centros de capacitação em acesso digital e energia limpa e formou mais de 10 mil pessoas em habilidades técnicas e digitais básicas. A Nespresso trabalha com mais de 1.200 fazendas na Guatemala, além de anunciar seu primeiro fornecimento de café de Honduras e El Salvador.

A Mastercard negociou e assinou um memorando de entendimento para incorporar cinco milhões de pessoas de El Salvador, Guatemala e Honduras à economia formal e ajudar um milhão de micro e pequenas empresas a acessar sistemas de gestão e pagamento online.

Segundo a vice-presidente americana, a convocação busca o desenvolvimento de longo prazo em seis áreas: uma agenda de reformas, inclusão digital e financeira, segurança alimentar e agricultura ambientalmente inteligente, adaptação climática e energia limpa, educação e desenvolvimento da força de trabalho e, por fim, acesso à saúde pública.

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A estratégia de Washington inclui ainda o desembolso de fundos governamentais para fortalecer a governança democrática, combater a corrupção e melhorar a segurança.

Entre outubro de 2020 e setembro de 2021, os Estados Unidos registraram 1,7 milhão de entradas ilegais através de sua fronteira sudoeste.

O presidente dos EUA, Joe Biden, encarregou Kamala Harris de supervisionar os esforços com Guatemala, Honduras, El Salvador e México para eliminar as "raízes" do êxodo para o norte: a pobreza extrema, a violência, a corrupção e o impacto das mudanças climáticas. /AFP