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EUA buscam saída para crise no Líbano

Washington intensifica contatos com líderes regionais para restaurar a frágil estabilidade no país após a decisão do Hezbollah de deixar governo

Por Gustavo Chacra
Atualização:

Com a crise política libanesa caminhando para um longo impasse, os EUA apelam para diversos atores regionais para que tentem restaurar a estabilidade em Beirute, depois da saída do Hezbollah da coalizão de governo, que causou a queda do premiê Saad Hariri, um aliado americano, na quarta-feira.Segundo afirmou o presidente do Parlamento do Líbano, Nabi Berri, do grupo secular xiita Amal, aliado do Hezbollah, apenas na segunda-feira as principais facções políticas devem se reunir para consultas sobre o futuro do governo. O presidente Michel Suleiman, um cristão maronita de viés neutro, decidiu manter Hariri interinamente no cargo.O primeiro-ministro, agora em caráter provisório, se reuniu ontem com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, em Paris. Em seguida, seguiria para a Turquia, onde teria encontro com o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan. Os dois têm influência sobre a Síria, que pode tentar pressionar o Hezbollah e seus aliados a aceitar um acordo. Em tour pelo Golfo Pérsico, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, tem buscado apoio entre os líderes da região para evitar uma deterioração no cenário político libanês.Os integrantes do Hezbollah e seus aliados cristãos decidiram renunciar aos cargos de ministros na quarta-feira. Como possuíam um terço das cadeiras no gabinete, o governo caiu, de acordo com as leis libanesas. Eles exigiam que Hariri se posicionasse contra o Tribunal Internacional da ONU para o Líbano. O primeiro-ministro se recusa.Segundo especulações, o tribunal deve acusar membros do Hezbollah pelo atentado que matou Rafik Hariri, pai de Saad, há cinco anos. O grupo culpa Israel. Analistas, em Beirute e nos EUA, concordam que não deve haver conflito civil, mas existe risco de atentados e grandes manifestações de rua. O próximo governo deverá ser formado apenas depois de a ONU divulgar o resultado de sua investigação sobre a morte de Hariri.

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