EUA condenam discurso e plano de paz de Assad

Presidente da Síria chamou adversários de 'fantoches do Ocidente' e disse que não negocia com 'terroristas'.

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

Os EUA condenaram neste domingo o discurso feito horas antes pelo presidente da Síria, Bashar al-Assad, que chamou seus adversários de "inimigos de Deus" e "fantoches do Ocidente". A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse que o plano de paz apresentado por Assad é "fora da realidade" e "mais uma tentativa do regime sírio de se manter no poder". Segundo Nuland, o plano atrapalha os esforços do enviado de paz internacional, Lakhdar Brahimi. Os EUA reafirmaram que o presidente sírio deve "se afastar e permitir uma transição política". O discurso de Assad também foi criticado pela vizinha Turquia, pela Grã-Bretanha e pela União Europeia, que reiteraram pedidos para que o presidente sírio renuncie. Em resposta ao discurso, a Coalizão Nacional de oposição da Síria disse que o presidente quer tornar inviável qualquer acordo internacional que possa acabar com seu governo. Plano O pronunciamento público foi o primeiro feito por Assad desde junho e foi transmitido pela TV. Apoiadores do regime, que lotavam a Ópera de Damasco, várias vezes interromperam o discurso com aplausos e cânticos. O presidente rejeitou o movimento de oposição, classificando os rebeldes como marionetes fabricadas pelo Ocidente, e disse que a Síria queria negociar com os "os mestres, e não com os servos". Assad afirmou que a Síria não rejeita a diplomacia, mas insistiu que não iria negociar com as pessoas com idéias "terroristas". Assad listou uma série de medidas que, segundo ele, seriam uma solução para a crise: Potências estrangeiras devem parar de armar o que chamou de "grupos terroristas" O exército, então, suspenderá as operações militares, reservando-se o direito de defender os interesses do Estado O governo entrará em contato com o que ele chamou de "indivíduos sírios e partidos políticos" para que se estabeleça uma conferência de diálogo nacional A conferência tentaria redigir uma nova Constituição, que seria submetida a referendo, levando a eleições parlamentares e a um novo governo Argumentos O correspondente da BBC James Reynolds observa que, em seu pronunciamento, Assad repetiu os dois principais argumentos que vem empregando desde o início do conflito na Síria, em março de 2011. O primeiro é o de que a oposição é liderada por terroristas estrangeiros e deve ser derrotada. O segundo, é o de que o seu próprio governo está disposto a promover reformas. A ONU calcula que mais de 60 mil pessoas já morreram desde o início do conflito na Síria. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.