EUA condenam violência na Tailândia e pressionam por solução pacífica

Ao menos 27 edifícios foram incendiados na capital do país; cinco pessoas morreram

PUBLICIDADE

Por Efe
Atualização:

WASHINGTON- Os Estados Unidos condenaram nesta quarta-feira, 19, o enfrentamento entre tropas tailandesas e os "Camisas Vermelhas" nas ruas de Bangcoc e pediram contenção e uma solução pacífica para a crise.

 

Veja também:

linkTropas tailandesas atiram para o ar para dispersar 'Camisas Vermelhas'

linkAnálise: Crise na Tailândia tem raízes históricas 

linkEntenda os protestos e a crise política na Tailândia

 

"Estamos profundamente preocupados por vermos seguidores dos 'Camisas Vermelhas' provocarem incêndios, danificarem infraestruturas elétricas e atacarem jornalistas", disse Gordon Duguid, um porta-voz do Departamento de Estado americano.

 

Publicidade

No que representa a declaração mais forte de Washington sobre os protestos violentos na Tailândia, o Departamento de Estado, por meio de Duguid, disse a jornalistas que as autoridades e os "Camisas Vermelhas" devem resolver suas diferenças por meio das instituições democráticas.

 

Os Estados Unidos "condenam esse comportamento e pedem a seus líderes e políticos da oposição a pressionar seus seguidores para frearem tais atos", afirmou Duguid.

 

Fumaça encobre céu de Bangcoc em mais um dia de protestos no centro de Bangcoc

 

Ao menos 27 edifícios de Bangcoc foram incendiados hoje por membros dos "Camisas Vermelhas", em represália pela invasão das tropas tailandesas em seu bastião no centro comercial da capital do país.

 

Grupos incendiaram o edifício da Bolsa de Valores, saquearam e destruíram comércios e grandes armazéns do centro e de ao menos outras 14 áreas da cidade.

 

Duguid se disse "aliviado" porque os líderes dos "Camisas Vermelhas" se entregaram às forças de segurança tailandesas, e pelo pedido deles para seus seguidores voltarem a suas casas e evitarem mais mortes.

 

Ao menos cinco pessoas - entre eles um repórter italiano - morreram e cerca de 60- ficaram feridas em Bangcoc durante os tiroteios entre manifestantes e soldados nesta quarta. Em carros blindados, as forças tailandesas invadiram todos os flancos na zona ocupada pelos manifestantes antigoverno há seis semanas.

Publicidade

 

Outras duas pessoas morreram em distúrbios que se proliferaram em várias províncias do nordeste do país, onde os "Camisas Vermelha" atacarem edifícios oficiais.

 

'Camisas Vermelhas' depõem armas e deixam acampamento no centro de Bangcoc

 

Rendição

 

Paramilitares antigoverno, alguns deles com armas de fogo, se entregaram e foram presos, enquanto soldados estreitavam o cerco para evitar que os líderes escapassem, se aproveitando do caos do acampamento.

 

Sete horas depois das tropas terem entrado na fortaleza, os líderes do protesto anunciaram sua rendição e pediram a seus seguidores que deixem o acampamento. "Vocês sabem que nunca os abandonaremos, mas chegou o momento de evitar mais mortes, porque são a nossos 'camisas Vermelhas' que estão matando", disse Jatuporn Promphan, um dos líderes do acampamento.

 

A crise tailandesa será um dos temos que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, abordará em seu giro pela Ásia, que começa nesta quinta e passa pelo Japão, China e Coreia do Sul.

 

'Camisas Vermelhas'

Publicidade

 

Os "Camisas Vermelhas", provenientes das áreas pobres do norte e nordeste do país, exigem a renúncia do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva, e que eleições sejam convocadas imediatamente.

 

Os manifestantes argumentam que o governo de coalizão chegou ao poder por meio da manipulação das cortes e com o respaldo do Exército, que além de tudo simboliza uma elite nacional indiferente aos problemas dos pobres.

 

Os esforços prévios para negociar o fim do conflito fracassaram. Os confrontos já duram dois meses e desestabilizaram um país antes considerado como uma das democracias mais estáveis do sudeste da Ásia.

 

Uma oferta do governo formulada no começo desse mês para celebrar eleições em novembro fracassou depois dos dirigentes das manifestações fazerem novas demandas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.