
21 de julho de 2012 | 16h27
O governo de Ruanda contesta um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) e de grupos de defesa dos direitos humanos que acusam o país de ajudar o movimento rebelde M23, no leste do Congo, o que desencadeou novos conflitos na região, forçando mais de 200 mil civis a deixarem suas casas desde abril.
Os EUA cortaram uma ajuda de US$ 200 mil que estava prevista para uma academia de treinamento militar em Ruanda, realocando esses fundos para outro país, segundo o Departamento de Estado. Embora a quantia seja pequena, a decisão parece ser um claro sinal ao governo ruandês. "Diálogo e respeito pela soberania um do outro é a melhor coisa para que Ruanda e Congo retomem o difícil trabalho de trazer a paz e a segurança para a região", afirma o governo norte-americano no comunicado.
Os conflitos no leste do Congo são uma repercussão do genocídio em Ruanda em 1994. Centenas do militantes que participaram da morte de quase 800 mil tutsis e hutus moderados escaparam para o Congo e continuaram lutando entre si. Os rebeldes do M23 são tutsis congoleses que lutam contra os hutus ruandeses no Congo.
O Congo já tem a maior força de país do mundo, com quase 20 mil soldados e policiais da ONU, que geraram um custo de cerca de US$ 1,5 bilhão em 2011. O exército do Congo é acusado de pilhagem e estupro de civis, assim como os rebeldes e as milícias, o que coloca as forças internacionais em uma posição delicada.
Mais cedo este mês, os líderes do Congo e Ruanda concordaram, em princípio, em apoiar uma força armada internacional neutra para combater a nova rebelião no Congo. A União Africana disse que pode ajudar, com o envio de soldados, mas os detalhes desse plano ainda não foram traçados. As informações são da Associated Press.
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