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EUA criticam contratos de defesa entre Rússia e Venezuela

Acordos preveem venda de bilhões de dólares em armas para o país latino-americano.

Por Claudia Jardim
Atualização:

O governo dos Estados Unidos criticou um conjunto de contratos na área de defesa firmados entre a Rússia e a Venezuela que preveem a compra de bilhões de dólares em armas para o arsenal do país latino-americano. "Nós estamos com dificuldades para entender que necessidades de legítima defesa a Venezuela tem para ter esses equipamentos", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley. "Se a Venezuela vai aumentar seu arsenal militar, nós certamente não queremos ver esse equipamento migrando para outras partes do hemisfério", afirmou Crowley. Mais cedo, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que acaba de voltar de Caracas, afirmou, em Moscou, que a Rússia teria vendido mais de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 8,8 bi) em armas para a Venezuela. Segundo o premiê, os contratos beneficiariam treze fabricantes de armamentos russos e incluem ainda um crédito de US$ 2,2 bi (R$ 3,8 bi), anunciado no ano passado e que ainda não teria sido utilizado pelo governo de Hugo Chávez. "Nossa delegação acaba de retornar da Venezuela. Eu quero informá-los que o volume total de pedidos excedeu US$ 5 bilhões", disse Putin em uma reunião em Moscou. Fornecedor Desde 2004, a Venezuela investiu mais de US$ 4 bilhões na compra de armamentos russos. A aliança, considerada estratégica pelo governo de Caracas, permitiu a compra de 24 aviões de combate Sukhoi-30, 53 helicópteros de transporte e ataque e 100 mil fuzis de assalto. A Rússia passou a ser o maior fornecedor de armamentos para a Venezuela quando os Estados Unidos impuseram um bloqueio proibindo a venda de armas ao país, impedindo, inclusive, a venda de 24 aviões Supertucanos da Embraer para as Forças Armadas venezuelanas. Durante a visita de Putin a Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, rejeitou as preocupações dos Estados Unidos. "Nós não estamos construindo uma aliança contra os Estados Unidos. Nós não nos importamos com o que Washington pensa", afirmou Chávez na última sexta-feira. Em novembro, Chávez disse que as tropas venezuelanas estavam "preparadas para a guerra" com a Colômbia, em resposta ao plano de aumento de tropas americanas em bases colombianas, previsto em um acordo entre os dois países. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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