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EUA denunciam vazamento de documentos sobre Guantánamo

Papéis contém informação confidencial sobre detidos atuais e passados da prisão militar

Por Efe
Atualização:

WASHINGTON - O Departamento de Estado e o Pentágono denunciaram neste domingo, 25, categoricamente em comunicado o vazamento de documentos secretos sobre a prisão militar de Guantánamo em Cuba, obtidos pela organização Wikileaks.

 

O jornal espanhol El País, The New York Times e o Washington Post publicam em suas páginas na internet informação detalhada sobre o novo vazamento do site.

 

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"É lamentável que várias organizações midiáticas tenham tomado a decisão de publicar vários documentos obtidos de forma ilegal pelo Wikileaks relacionados com o centro de detenção de Guantánamo", assinala o comunicado.

 

"Esses documentos contém informação confidencial sobre detidos atuais e passados de Guantánamo e condenamos categoricamente o vazamento desta informação sensível", assinala o comunicado.

 

Os EUA indicaram que os papéis do Pentágono

incluem Expedientes de Avaliação de Detidos (DABs, na sigla em inglês) redigidos pelo Departamento de Defesa entre 2002 e começo de 2009.

 

"Esses DABs foram escritos em função da informação disponível então", diz a resposta oficial.

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O comunicado ressalta que o Grupo de Trabalho de Revisão de Guantánamo, estabelecido em janeiro de 2009, considerou os DABs durante sua revisão da informação de detidos.

 

O governo americano insiste que em algumas ocasiões o citado grupo de trabalho chegou às mesmas conclusões que os DABs, mas em outras houve divergências.

 

O comunicado destaca que o Wikileaks não teve acesso às conclusões do grupo de trabalho e portanto os documentos obtidos "ilegalmente" podem representar ou não a opinião de um detido concretamente.

 

Os EUA asseguram que tanto o governo atual como o anterior fizeram todos os esforços a seu alcance para realizar com o máximo "cuidado e diligência" a transferência de detidos em Guantánamo.

O comunicado lembra que o governo anterior transferiu 537 detidos e o atual autorizou a mudança de 67.

 

"Para ambos os governos a proteção de cidadãos americanos foi sua principal prioridade e nos preocupa que a divulgação dos documentos possa prejudicar esses esforços", afirma o comunicado.

Segundo o El País, os documentos revelam que o principal propósito da prisão era "explorar" toda a informação dos reclusos apesar da reconhecida inocência de muitos deles.

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Cerca de 60% foram conduzidos à base militar sem ser uma ameaça "provável", afirma o jornal espanhol em sua edição digital, apontando que idosos com demência, adolescentes, doentes psiquiátricos graves e professores de escola ou fazendeiros sem nenhum vínculo com a jihad foram conduzidos ao presídio e misturados com verdadeiros terroristas como os responsáveis pelo atentado de 11 de setembro de 2001.

 

O El País teve acesso às fichas militares secretas de 759 dos 779 presos que passaram pela prisão, dos quais cerca de 170 continuam detidos.

O periódico destaca que os meandros da prisão foram recolhidos em 4.759 páginas assinadas pelos mais altos comandantes da Força Conjunta da base e dirigidas ao Comando Sul do Departamento de Defesa em Miami.

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