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EUA desarmam guerrilheiros contrários ao Irã

Por Agencia Estado
Atualização:

Os Estados Unidos fizeram um gesto conciliatório em direção ao Irã com a imposição do desarmamento do grupo Mujahedins do Povo, que combate o regime de Teerã e consta da relação de organizações consideradas terroristas pelo governo dos EUA. A decisão é fruto de um debate acalorado em curso nos bastidores do governo de George W. Bush sobre a política americana com relação ao Irã e como reagir ao desenvolvimento do programa nuclear iraniano, que segundo a Casa Branca tem fins militares e, de acordo com Teerã, é estritamente pacífico. Os guerrilheiros contrários ao atual governo iraniano, responsáveis por ações armadas no passado, eram protegidos pelo regime de Saddam Hussein. Os Estados Unidos prometiam desde janeiro ao Irã que, uma vez vencida a guerra contra o Iraque, desmantelariam os Mujahedins do Povo, considerados terroristas por Washington e Teerã. O paradoxo é que Bush inclui o Irã num suposto "eixo do mal", ao lado de Iraque e Coréia do Norte. No início do conflito, os guerrilheiros - milhares de milicianos armados com tanques e artilharia pesada - foram atacados pela aviação americana. Há três semanas, no entanto, o Pentágono negociou uma trégua: os guerrilheiros poderiam manter suas armas desde que não atacassem soldados dos EUA. A trégua provocou irritação em Teerã, que recebeu a medida como uma violação das promessas americanas e uma confirmação dos "dois pesos e duas medidas" de Washington. As diferenças entre o Pentágono e o Departamento de Estado dos EUA culminaram, pelo menos nesta sexta-feira, numa aparente vitória da ala moderada do governo americano, com a decisão de desarmar os Mujahedins do Povo e a ameaça de destruição do grupo. Enquanto o Pentágono defende uma linha mais dura contra o Irã, o Departamento de Estado acredita ser possível negociar com o país asiático.

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