EUA desenvolvem "diplomacia vigorosa", diz Lafer

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Por Agencia Estado
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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Lafer, disse hoje em Nova York que as ameaças dos Estados Unidos de atacar militarmente o Afeganistão se inserem no contexto do "exercício de uma diplomacia mais vigorosa". Ele argumentou que a diplomacia não exclui pressões. "E pressões estão sendo feitas", disse o ministro, em entrevista coletiva, após se reunir com dirigentes comunitários brasileiros em sessão extraordinária do Conselho da Comunidade Brasileira nos Estados Unidos. Lafer justificou a convocação pelo Brasil do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA), em apoio aos Estados Unidos, ponderando que a iniciativa é respaldada pela Constituição brasileira que repudia o terrorismo. No entanto, ele ressaltou que, apesar da resolução de apoio aos Estados Unidos aprovada pela OEA, o Brasil não tem intenção de enviar tropas ao Afeganistão, na hipótese de uma ação militar naquele país. "Jamais cogitamos o emprego e uso das nossas Forças Armadas", ressaltou o ministro. Ele ponderou que o próprio Tiar assinado em 1947 por 22 dos 34 países-membros da OEA, impõe limites geográficos a essa possibilidade. Pelo tratado, o apoio militar só seria possível no caso de um conflito que tivesse como palco a região das Américas. Lafer disse também que o governo dos Estados Unidos nunca pediu ou indicou interesse que o Brasil enviasse tropas. O ministro, que chegou a demonstrar irritação ao ser questionado sobre a posição do Brasil, disse que o apoio aos Estados Unidos também é coerente com um decreto aprovado em fevereiro pelo governo brasileiro, condenando o regime do Taleban e iniciativas de sustentação a redes de terroristas, incluindo Osama bin Laden, principal suspeito de ter organizado os ataques da semana passada em Nova York e Washington. "Alem disso, é uma mensagem solidariedade ao governo e ao povo norte-americanos ´, ar gumentou. Lafer destacou ainda a necessidade de cooperação internacional para combater as redes terroristas e outras organizações clandestinas, como as que se dedicam à lavagem de dinheiro. "O momento requer ações políticas e diplomáticas conjuntas", afirmou , acrescentando que situações como estas enfrentadas pelos Estados Unidos afetam principalmente a democracia.

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