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EUA destacam ação do PCC e CV na Colômbia e México

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

Embora apontem para a "séria preocupação" com o trânsito de drogas produzidas nos Andes pelo território brasileiro, os EUA não incluem o Brasil na lista dos maiores países em produção e tráfico de drogas. Segundo analistas, a ausência deve-se ao fato de a maior parte da droga escoada por portos e aeroportos brasileiros não se dirigir ao mercado americano, mas ao europeu. Um texto enviado ao Departamento do Estado em setembro destaca apenas o "desafio único" do País, por sua área continental, "de patrulhar atividades ilegais por terra, ar e mar". "Os EUA reconhecem a emergência do Brasil como líder regional para a cooperação com os Estados vizinhos para impedir a produção, o tráfico e o uso (de drogas)", afirmou o memorando. "É importante para o Brasil colocar o narcotráfico e o controle do crime no topo de sua agenda de segurança nacional para impedir as influências negativas."Relatório sobre as relações Brasil-EUA feito pelo Serviço de Pesquisa do Congresso americano, também de setembro, assinalou o fato de o Brasil ter se tornado o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, depois dos EUA. Também deu destaque ao poder das gangues que dominam o tráfico de drogas e de armas em São Paulo, o Primeiro Comando da Capital, e no Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, e à presença de ambas as organizações em países como Colômbia e México. Além da Colômbia, a preocupação maior dos EUA na América do Sul está na Bolívia, de onde a agência de combates às drogas DEA foi expulsa e o Brasil foi escolhido para a cooperação nessa área. De acordo com o memorando americana, apesar dos esforços de La Paz, a produção aumentou com a adoção da política de "controle social" do cultivo de cocaína e o mercado ilegal continua ativo.Em junho, o ex-presidente boliviano Carlos Mesa comentara ao então candidato tucano à eleição presidencial, José Serra, a responsabilidade de Evo Morales no aumento do cultivo ilícito de cocaína. Ao Estado, Mesa lembrou que o atual presidente continuava a presidir o sindicato dos "cocaleiros" e o aumento da produção ocorria justamente no Chapare, berço político de Evo.

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