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EUA determinam que líder de cubanos exilados deixe o país após 49 anos

Ramón Saúl Sánchez, do Movimento Democracia, recebeu comunicado do governo americano informando que seu pedido de residência, solicitado há 14 anos, foi negado

Atualização:

MIAMI, EUA - Ramón Saúl Sánchez, líder do Movimento Democracia, uma das organizações do exílio cubano em Miami, informou nesta sexta-feira, 15, que as autoridades americanas lhe pediram para que deixe o país, onde vive há 49 anos.

Sánchez afirmou que recebeu um comunicado do governo dos EUA no qual rejeitam um pedido de residência que ele tinha solicitado há 14 anos. "Tenho que sair após 49 anos vivendo no país", disse o ativista. 

Governo americano rejeitou o pedido de residência do dissidente cubano Ramón Saúl Sánchez, que mora há 49 anos no país, e pediuque ele deixe os EUA Foto: EFE/ARCHIVO/Gaston de Cárdenas

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Segundo uma cópia do documento obtida pela agência Efe, Sánchez tem um prazo de 30 dias para apelar da decisão, que foi tomada em razão de que, quando fez a solicitação de residência, ele estava no país ilegalmente, uma vez que sua permissão temporária para permanecer nos EUA tinha expirado.

O texto adverte que, se Sánchez não deixar o país, pode se tornar inelegível para obter benefícios migratórios ou para ser admitido de novo nos Estados Unidos.

Orlando Gutiérrez, do Diretório Democrático Cubano, disse que é "grotesco" que o governo dos EUA atue assim. "É uma ação contra toda a comunidade de exilados cubanos em Miami", considerou.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, esteve na quarta-feira em Miami e se reuniu com importantes membros da comunidade cubano-americana, em sua maioria empresários, para tratar do andamento do processo de normalização de relações com Cuba, iniciado no final de 2014.

Gutiérrez declarou que ainda não decidiram quais ações tomar, mas que os exilados "estarão unidos" em torno de Ramón Saúl Sánchez.

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Sánchez deve viajar na noite desta sexta até a região de Florida Keys para no sábado zarpar em uma "flotilha da liberdade" até Cuba para lançar 88 fogos de artifício, um por cada preso político na ilha, com a intenção de que sejam vistos em Havana. / EFE

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