EUA devolvem aos pais apenas 4 crianças imigrantes separadas na fronteira

Governo não devolveu todos os menores aos pais, apesar de ter vencido o prazo dado por um tribunal federal para que todas as 102 crianças com menos de 5 anos fossem devolvidos aos responsáveis

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WASHINGTON - O governo americano devolveu aos pais apenas quatro crianças menores de 5 anos que foram separadas na fronteira com o México, informou Chris Meekins, do Departamento de Saúde dos EUA, apesar de ter vencido nesta terça-feira, 10, o prazo dado por um tribunal federal para que todas as 102 crianças com menos de 5 anos fossem devolvidas aos responsáveis. Das 3 mil crianças ainda sob custódia, 102 têm menos de 5 anos e teriam de ser devolvidas até terça-feira.

Mãe e filha são levadas pela Patrulha de Fronteira no Texas. Elas fazem parte de um grupo que havia pagado um atravessador para cruzaro Rio Grande, do México para os Estados Unidos. Foto: AP Photo/David J. Phillip

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Um juiz federal disse que as autoridades reunirão 63 menores com seus pais, mas não todos os que estão sob custódia do governo do presidente Donald Trump desde que ele lançou sua campanha contra os imigrantes ilegais. O governo tem até o dia 26 para reunir o restante das crianças maiores de 5 anos e adolescentes.

+ Advogados de crianças imigrantes denunciam caos e negligência

Segundo Meekins, 14 dos pais que foram separados dos filhos na fronteira “não são elegíveis” para tê-los de volta. O chefe do Escritório de Detenção e Deportação, Matthew Albence, revelou que outros 12 pais foram deportados e, por isso, não será possível a devolução das crianças nos EUA. Neste caso, é possível que os menores sejam reunidos com outros parentes que vivam em território americano.

Voluntário orienta imigrantes na fronteira em McAllen, Texas Foto: AP Photo/David J. Phillip

O governo Trump iniciou em abril sua política de “tolerância zero” contra a imigração ilegal, que levou à separação de seus pais de aproximadamente 3 mil menores de idade – dos quais 500 já foram reunidos –, medida que foi finalmente suspensa em meados de junho.

Ainda ontem, a organização americana March of Dimes, dedicada à saúde de mães e bebês, denunciou que várias grávidas sofreram maus-tratos em centros de detenção de imigrantes. “Sob nenhuma circunstância é aceitável negar atendimento médico imprescindível ou amarrar mulheres grávidas, independentemente de seu status imigratório”, afirmou, em comunicado, a presidente da March of Dimes, Stacey Stewart.

A ativista disse que está “horrorizada” com as informações recentes sobre maus-tratos a grávidas detidas enquanto é resolvida sua situação imigratória, algo informado pelo site BuzzFeed em reportagem na qual cita o depoimento de várias mulheres afetadas./ AFP e EFE

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