EUA dizem que diplomatas da Índia podem voltar ao Paquistão

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Por Agencia Estado
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O subsecretário de Estado dos EUA, Richard Armitage, disse neste sábado, que a Índia considera a possibilidade de fazer retornar alguns de seus diplomatas ao Paquistão, numa indicação de que a tensão entre as duas potências nucleares do sul da Ásia está diminuindo. Mas, apesar do otimismo de Armitage, que se reuniu esta semana com o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, e com o primeiro-ministro indiano, Atal Bihari Vajpeyee, não houve mudanças significativas no cenário do conflito: a fronteira entre os dois países na Caxemira. Logo que Armitage deixou Nova Delhi na sexta-feira e seguiu para Tallin, na Estônia, a troca de tiros foi retomada. Hoje, pelo menos três soldados indianos foram mortos e a Índia reconheceu que teve um avião espião teleguiado derrubado na sexta-feira pela Força Aérea paquistanesa. Incumbido pelo presidente americano, George W. Bush, de tentar acalmar os ânimos indiano e paquistanês, Armitage esteve na quinta-feira em Islamabad e no dia seguinte em Nova Delhi. "Ficou claro para mim que, pelo menos temporariamente, a tensão caiu", disse ele ao desembarcar em Tallin, onde participará, com o secretário da Defesa americano, Donald H. Rumsfeld, de uma reunião com ministros da Defesa de países balcânicos e nórdicos. "Ficou claro também que haverá alguma resposta da Índia a nossa iniciativa (de paz)", acrescentou. Segundo ele, o governo indiano acenou com a possibilidade de algumas ações diplomáticas. "Isso incluiria o retorno a Islamabad de pessoal diplomático indiano e provavelmente algumas iniciativas no campo militar antes da chegada de Rumsfeld à região", destacou Armitage. O chefe do Pentágono deverá visitar países do Golfo Pérsico, como Kuwait, Qatar e Bahrein para debater com dirigentes desses países o conflito indo-paquistanês. Índia e Paquistão mantêm 1 milhão de soldados fortemente armados ao longo de suas fronteiras na Caxemira indiana. Esse território, de maioria muçulmana, é disputado pelos dois países desde 1947, quando eles se tornaram independentes da Grã-Bretanha. Desde então, já travaram três guerras. "Nossas três armas, Marinha, Aeronáutica e Exércitos, estão preparadas para a guerra", declarou hoje em tom ameaçador o comandante da Marinha indiana, almirante Madhavendra Singh. "Podemos ir à luta total apenas quatro horas depois de dada uma ordem."

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