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EUA dizem que discutiram Iraque com Irã; país persa nega

Autoridade iraniana pediu retirada das tropas dos EUA e negou interferência

Por Agencia Estado
Atualização:

O chefe da delegação norte-americana no Iraque, Zalmay Khalilzad, assegurou neste sábado que manteve conversas com o Irã durante a conferência sobre a situação do Iraque, afirmando que o diálogo representa um "bom primeiro passo" para a segurança e a estabilidade do país árabe. Contudo, Abbas Araghchi, vice-ministro iraniano para assuntos legais e internacionais, concedeu entrevista coletiva após o encontro e negou reuniões reservadas com os Estados Unidos. "Não houve reuniões reservadas, tudo foi compartilhado por todos no encontro", afirmou, garantindo que "não houve diálogo direto entre nós e os norte-americanos". Mais cedo, Khalilzad, que é embaixador dos Estados Unidos, havia dito que a conversa com o Irã havia sido realizada diretamente e, também, na presença de todos. Ele se mostrou confiante sobre a conversa com diplomatas iranianos. "Aguardaremos e veremos como evolui a situação, especialmente na questão da entrada de armas e pessoas, e do apoio às milícias", disse. Por sua vez, Araghchi negou veementemente ter reuniões reservadas com a delegação americana, afirmando que, durante a reunião geral, pediu a retirada das forças dos EUA do Iraque e rejeitou acusações de interferência no país. As relações entre Washington e Teerã foram rompidas em 1979, após o triunfo da revolução islâmica no Irã, contra o regime do então chefe de Estado, o Xá da Pérsia. Os Estados Unidos acusam o Irã e a Síria de dificultarem a estabilidade no Iraque, permitindo a chegada de homens e armas para a insurgência iraquiana sunita e para as milícias xiitas. Conferência A conferência realizada neste sábado foi convocada pelo Iraque, para buscar o apoio de países vizinhos à paz no país. Contudo, o encontro também foi observado de perto por ser uma rara oportunidade de autoridades dos EUA e do Irã se sentarem lado a lado em um momento em que cresce a tensão sobre os objetivos nucleares dos iranianos. O responsável americano qualificou a conferência de Bagdá de "construtiva", e ressaltou o um diálogo frutífero entre os Participantes. Por sua vez, a autoridade iraniana disse que as forças internacionais no Iraque só estavam contribuindo para aumentar a violência e que deve ser estabelecido um plano para a retirada das tropas dos EUA do país. O ministro de Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, assegurou que os EUA, o Reino Unido, a Síria e o Irã, concordaram, contudo, na necessidade de colaborar para obter segurança e estabilidade no Iraque. Durante o encerramento da reunião dos países vizinhos do Iraque e os membros permanentes do Conselho de Segurança, Zebari qualificou os trabalhos de "positivos e construtivos", e afirmou que haviam se centrado unicamente na estabilidade e segurança, sem abordar nenhum tema político.

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