SEUL - Os EUA e a Coreia do Sul definiram nesta quarta-feira, 24, a realização, no próximo domingo, de manobras militares em resposta ao ataque norte-coreano à ilha de Yeonpyeong, na terça. Veja também: Vídeo: Veja imagens do ataque norte-coreano Radar Global: O armistício de Pan-Mun-Jon Análise: Pyongyang tem 1 milhão de soldados; Seul tem os EUA Infográfico: As origens do impasse na península coreana Entenda a crise entre os dois países
Os países chegaram ao acordo após uma conversa telefônica entre os presidentes Barack Obama e Lee Myung-bak, informou a agência local Yonhap.
As manobras serão realizadas durante quatro dias no Mar Amarelo e contarão com a participação do porta-aviões nuclear americano "George Washington", segundo detalharam as fontes oficiais sul-coreanas depois do contato entre Lee e Obama.
O porta-aviões George Washington já está se dirigindo para o litoral coreano. A embarcação, movida a energia nuclear e levando 75 aviões de guerra e 6 mil tripulantes, partiu de uma base naval ao sul de Tóquio, informaram funcionários norte-americanos em Seul.
"Este exercício é de natureza defensiva", informou o comando das forças dos EUA na península coreana. "Embora já tivesse sido planejado bem antes do ataque de artilharia de terça, que não foi provocado, demonstra a força da aliança dos EUA com a República da Coreia (do Sul) e nosso compromisso com a estabilidade regional por meio da dissuasão", diz um comunicado militar.
'Dissuasão'
No telefonema, Obama transmitiu a Lee sua contundente condenação ao ataque norte-coreano, que deixou dois militares sul-coreanos mortos e 18 pessoas feridas, sendo três civis.
Fontes militares americanas em Seul assinalaram que as manobras já foram informadas à China, que no passado criticou os exercícios militares de EUA e Coreia do Sul nesta tensa zona marítima, próxima à costa chinesa.
As forças americanas também planejam enviar pelo menos quatro navios de guerra para as operações militares, que segundo o Ministério de Defesa sul-coreano são de caráter "dissuasivo" e defensivo frente a Coreia do Norte.
O presidente sul-coreano também manteve nesta quarta-feira uma conversa telefônica com o primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, com quem reforçou o compromisso de seguir trabalhando de perto para alcançar a estabilidade na península coreana, informou a agência local "Kyodo".
Kan manifestou que a comunidade internacional deve solicitar à China, principal aliado da Coreia do Norte, que contribua para diminuir a tensão na península coreana, antes de classificar o ataque de "intolerável", fruto de uma "barbárie".
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"Apoio o governo da Coreia do Sul. Vamos tomar medidas junto com a Coreia do Sul e os Estados Unidos, e vamos conter as ações da Coreia do Norte junto com a China", indicou o primeiro-ministro japonês.