30 de junho de 2015 | 18h44
(Atualizada às 22h04) WASHINGTON - Os governos dos Estados Unidos e Cuba anunciarão na quarta-feira, 1, a reabertura de embaixadas em Washington e Havana, informaram a chancelaria cubana e fontes do governo americano nesta terça-feira, 30. O presidente Barack Obama e o secretário de Estado John Kerry farão o anúncio formal amanhã na Casa Branca.
A chancelaria cubana, por sua vez, informou que o ministro interino das Relações Exteriores, Marcelino Medina, recebá na manhã desta quarta-feira, uma carta do presidente Obama, dirigida a Raúl Castro sobre o restabelecimento das relações diplomáticas e a abertura das embaixadas. A carta será entregue pelo chefe da Seção de Interesses dos EUA em Havana, Jeffrey DeLaurentis.
As relações entre EUA e Cuba
Ainda de acordo com a fonte da Casa Branca, ainda não há uma data para a cerimônia de abertura das embaixadas, mas é provável que Kerry vá a Havana na ocasião. Se confirmada, a visita seria a primeira de um membro do alto escalão do governo americano à ilha em mais de um ano.
Com a confirmação da reabertura das sedes diplomáticas, os dois países colocarão fim a cinco décadas de relações rompidas. Segundo analistas, o anúncio marca um enorme passo para a normalização das relações entre Havana e Washington. Para Obama, a reaproximação com Cuba marca uma de suas principais vitórias em política externa.
Desde os anos 70, a relação entre os dois países é intermediada por sessões de interesse nas duas capitais, sob proteção da Suíça, sem o status de embaixadas.
Mesmo com a reabertura das representações diplomáticas, os dois países ainda têm pela frente algumas questões a resolver na agenda estabelecida há seis meses, quando, com a intermediação do papa Francisco, decidiram normalizar as relações. São elas direitos humanos, compensações por propriedades americanas confiscadas na Revolução Cubana e cooperação em temas de segurança.
Para a normalização total das relações bilaterais, Cuba pede o fim do embargo econômico americano, imposto à ilha em 1962, e a devolução do terreno da Base de Guantánamo, que só podem ser aprovados com a permissão do Congresso americano.
A reabertura das embaixadas estava próxima desde maio, durante a última rodada de negociações entre as delegações de Cuba e Estados Unidos em Washington, e teve sinal verde a partir da retirada de Havana da lista do Departamento de Estado de países que patrocinam o terrorismo. / AP, EFE e REUTERS
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