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EUA e França chegam a acordo sobre proposta para o Líbano

Estados Unidos e França chegaram a um acordo para proposta sobre o fim dos combates no Líbano entre Israel e o Hezbollah

Por Agencia Estado
Atualização:

Os Estados Unidos e a França fecharam neste sábado um acordo sobre uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para colocar um fim nos combates entre Israel e o Hezbollah, no Líbano. O anúncio foi feito pelo embaixador dos EUA, John Bolton. O gabinete do presidente da França Jacques Chirac confirmou que um acordo foi alcançado. Os dois países fazem a mediação com as partes em conflito: os EUA, com Israel, e a França com o Líbano (o Hezbollah aceitou ser representado pelo governo libanês, do qual faz parte). Antes do acordo, Paris insistia em que a Força Provisória da ONU no Líbano (Finul), que atualmente está no sul do país, fosse a supervisora do cessar-fogo, apoiada pelo Exército libanês. A Administração americana, no entanto, defendia que Israel permaneceria no sul até a chegada da nova força de interposição. O texto do acordo ainda não foi divulgado, mas será apresentado ainda neste sábado no Conselho de Segurança, com o objetivo de obter o máximo apoio. O que já se sabe é que o esboço da resolução pede a "total suspensão da violência" entre Israel e o Hezbollah, mas vai permitir ao governo israelense o direito de reagir se for atacada pelo grupo militante. De acordo com uma fonte, o documento não pede a suspensão imediata da violência. Essa parece ser a principal vitória dos EUA e de Israel. A França e outras nações vinham exigindo a suspensão imediata da violência, sem condições prévias, como um caminho para levar a região de volta à estabilidade. O palácio presidencial francês em Paris antecipou que um acordo foi alcançado sobre uma resolução que busca a total suspensão das hostilidades e que trabalha em direção a um cessar-fogo permanente e uma solução de longo prazo. Bolton disse que a resolução seria a primeira de duas. O embaixador dos EUA junto à ONU disse que uma das resoluções lida com a questão imediata dos combates. A segunda provavelmente vai detalhar uma agenda política maior para a paz entre Israel e o Hezbollah. "Estamos preparados para continuar a trabalhar amanhã com objetivo de fazer progressos sobre a adoção da resolução, mas alcançamos um acordo e estamos agora prontos para agir", disse Bolton. Proposta para fim da violência O subsecretário de Estado americano para Assuntos do Oriente Médio, David Welch, assegurou que os Estados Unidos desejam que seja firmado um acordo que ponha fim à "terrível violência" que atinge o Líbano há mais de três semanas. Welch chegou esta manhã a Beirute, poucas horas após Israel lançar um de seus ataques mais intensos contra o sul libanês desde 12 de julho, quando começou a guerra com o grupo xiita libanês Hezbollah. "Queremos acabar para sempre com esta terrível violência da qual fomos testemunhas nas últimas três semanas", disse o diplomata americano aos jornalistas após sua reunião com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora. "Acho que, com um último marco político apoiado por uma força internacional e a ajuda das forças libanesas, poderemos todos juntos trabalhar com o povo libanês para criar um futuro melhor", acrescentou. Já o Líbano reiterou que só aceitará uma força de paz com mandato das Nações Unidas se estiver apoiada pelo Exército nacional. Negociações Antes de sua reunião com o chefe do Governo, Welch teve um longo encontro com o presidente do Parlamento libanês, o xiita Nabih Berri, que desde que o conflito explodiu se tornou o interlocutor do Hezbollah. Fontes do Governo disseram à EFE que Welch e Berri analisaram a situação no sul do país e as exigências para um cessar-fogo. Embora o conteúdo da conversa com Siniora não tenha sido divulgado, fontes citadas por televisões libanesas informaram que o primeiro-ministro insistiu na necessidade de atuar de acordo com o plano de sete pontos que apresentou dias atrás. No plano, o Líbano exige um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas israelenses do sul do país antes da mobilização do Exército libanês e da força internacional de interposição sob mandato da ONU. Enquanto Welch conversava com Siniora, centenas de pessoas se manifestavam contra os Estados Unidos no centro da capital libanesa. Cercados por dezenas de efetivos antidistúrbios, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra os EUA e exibiam bandeiras do Líbano e do Hezbollah. "Estamos aqui para pedir que Bush seja julgado por crimes de guerra. Não queremos ver os EUA por aqui, um país que se dedica a destruir e apóia os sionistas", afirmou Ali Saibe, morador dos bairros do sul de Beirute.

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