EUA e França não se entendem sobre retirada de Israel

Divergências entre os Estados Unidos e a França sobre a necessidade de Israel retirar suas tropas do sul do Líbano põem em risco a adoção do projeto de resolução no Conselho de Segurança (CS) da ONU para pedir o término do conflito

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Por Agencia Estado
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Os pontos de vista francês e americano divergiam, após uma reunião de duas horas entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - EUA, Reino Unido, França, Rússia e China -, especialmente depois dos novos acontecimentos registrados na região. Israel aprovou na quarta-feira a ampliação da ofensiva militar por terra no Líbano até pelo menos a altura do Rio Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira. Um dos comandantes de Exército disse que os ataques poderiam durar mais 30 dias. Cerca de 30 mil soldados israelense aguardam no norte do país a ordem de avançar. Outros 10 mil já estão em três áreas do sul do Líbano. Fontes diplomáticas assinalaram que as divisões entre França e EUA são muito profundas, e que os recentes acontecimentos não contribuem para estreitar relações. Por isso, dizem, é possível que haja uma demora considerável na adoção da resolução, que pode nem chegar a ser submetida a um processo de votação. O embaixador dos EUA, John Bolton, também não se mostrou muito otimista na saída da reunião dos cinco membros permanentes do Conselho, mas expressou sua disposição em impulsionar as discussões e em concluir o mais rápido possível o texto da resolução. "As negociações foram produtivas, apesar das questões que discutimos ainda não terem sido resolvidas", completou. O diplomata afirmou que os "cinco grandes" se reunirão para seguir eliminando diferenças, e que também o farão com a delegação da Liga Árabe, que se encontra em Nova York para exercer pressão por alterações no projeto de resolução. A França apóia as emendas impostas pelo Líbano e que contam também com o respaldo dos países árabes e de outros membros do Conselho de Segurança, como Rússia e China, que têm poder de veto. Pelo menos mil libaneses e 100 israelenses morreram desde que começaram os enfrentamentos entre Israel e as milícias xiitas libanesas do Hisbolá, em 12 de julho último, e por enquanto o Conselho de Segurança não pôde atuar devido à oposição dos EUA.

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