EUA e Grã-Bretanha mudam estratégia de retirada da Otan

A operação de combate dará lugar, em 2013, à retirada gradual das tropas e à entrega da segurança a Cabul

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Por WASHINGTON
Atualização:

Os EUA e a Grã-Bretanha concordaram ontem em mudar a estratégia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão. A operação de combate dará lugar, em 2013, à fase de transição, com a retirada gradual das tropas e a transferência da responsabilidade pela segurança do país para o governo afegão. Mas a conclusão da saída das tropas americanas e de seus aliados do Afeganistão foi mantida para o final de 2014.As decisões foram afinadas durante conversações, ontem, entre o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, na Casa Branca. O consenso entre os dois mais fortes aliados do Ocidente na guerra do Afeganistão será levado à reunião de cúpula da Otan, em maio. O calendário e o ritmo de retirada das tropas serão confirmados ao final da reunião."Na cúpula da Otan, na minha cidade de Chicago, nós determinaremos a próxima fase de transição. Isso inclui mudar para uma posição de apoio no ano que vem, avançando para o Afeganistão assumir a completa responsabilidade por sua segurança em 2014", afirmou Obama, ao lado de Cameron, nos jardins da Casa Branca. "Vamos completar essa missão e vamos fazer isso de maneira responsável", disse o presidente.Obama reconheceu que os "trágicos acontecimentos" recentes deixaram claro o grau de dificuldade da missão no Afeganistão. Cuidadoso, não chegou a mencionar, explicitamente, o massacre de domingo de 16 civis (entre eles 9 crianças) cometido por um sargento americano em um vilarejo próximo a Kandahar, no sul do país. Respaldado por uma pesquisa de opinião da Reuters/Ipsos divulgada ontem, Obama afirmou que o povo americano está "exausto" dos dez anos dessa guerra. Dos consultados, 61% defenderam o retorno imediato dos soldados americanos do Afeganistão. Cameron também se manteve calado sobre o episódio. Mas insistiu ter melhorado a condição de segurança no Afeganistão desde o envio, pelos EUA, de cerca de 30 mil soldados em 2009. "A situação melhorou consideravelmente", afirmou, ao assinalar que o Afeganistão deixará de vez de ser o "paraíso dos terroristas" até final de 2014. / D.C.M.