EUA e Grã-Bretanha preparam saída do Iraque para 2007

Os dois países respondem por 138 mil do total de 153 mil militares da coalizão ocupante

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Por Agencia Estado
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Estados Unidos e Grã-Bretanha preparam a retirada de suas tropas do Iraque para 2007, informou neste domingo o jornal Sunday Telegraph, que cita fontes do Ministério da Defesa. Segundo a edição de domingo do Daily Telegraph, os soldados britânicos e americanos abandonarão o Iraque em um prazo de doze meses depois que ambos os países chegaram à conclusão de que sua presença "é vista atualmente como o principal obstáculo para a paz". O diário conservador, que cita uma fonte do Ministério da Defesa envolvida diretamente no planejamento da operação, esta será "complexa e perigosa". A retirada, segundo o Sunday Telegraph, acontecerá de forma paulatina nos próximos doze meses, mas "o grosso das forças dos EUA e do Reino Unido será retirado simultaneamente" no primeiro semestre de 2007. O jornal lembra que os dois países mantêm atualmente 138.000 soldados no Iraque, do total de 153.000 efetivos pertencentes à coalizão ocupante, na qual também participam países como Coréia do Sul, Itália, Dinamarca, Japão e El Salvador, alguns dos quais já anunciaram que se retirarão neste ano. Ontem, sábado, o comandante-em-chefe do Comando Central das Forças Armadas dos EUA, o general John Abizaid, visitou Bagdá de surpresa e disse em entrevista coletiva, ao ser perguntado sobre a retirada das tropas americanas do Iraque, que "algum dia as tropas iraquianas assumirão a segurança de seu país". "As tropas americanas estão dispostas a prestar todo o tipo de apoio às Forças de Segurança iraquianas para terminar com os grupos armados e manter a paz e a estabilidade do Iraque", acrescentou o general, antes de acrescentar que a formação de um Governo de união nacional ajudará a restaurar a calma no país. Os Estados Unidos, apoiados por uma coalizão de países na qual se destacava a Grã-Bretanha, invadiram o Iraque em março de 2003 com o argumento de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa. As armas nunca foram encontradas e o Governo de Washington posteriormente insistiu que a meta era fomentar a democracia nesse país e acabar com o terrorismo islamita. Segundo números do Pentágono, mais de 2.200 soldados americanos morreram e mais de 16.600 foram feridos em combate no Iraque, país que sofre nas últimas semanas uma onda de violência sectária entre facções sunitas e xiitas. Nestes três anos vários países que formaram inicialmente a coalizão internacional se retiraram do Iraque, como Espanha, Nicarágua, República Dominicana, Honduras, Filipinas, Tailândia, Portugal e Ucrânia.

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