
14 de agosto de 2013 | 13h41
(Atualizada às 15h35) WASHINGTON - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, condenou "veementemente" e chamou de "deploráveis" a violência no Egito e o estado de emergência declarado pelo governo nesta quarta-feira, 14, após uma megaoperação do Exército para retirar partidários do presidente egícpio deposto, Mohamed Morsi, das ruas do Cairo.
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Egito declara estado de emergência por um mês
"A violência é um passo na direção errada e um impedimento aos esforços de reconciliação no país", afirmou Kerry em um pronunciamento. Mais cedo, a Casa Branca havia condenou firmemente a violenta repressão do Exército egípcio a partidários da Irmandade Muçulmana.
"O mundo está observando", disse o porta-voz Josh Earnest, em Martha's Vineyard, Massachusetts, onde o presidente Barack Obama passa férias. O porta-voz disse que a violência só vai piorar o cenário político egípcio e dificultar um retorno à democracia.Kerry afirmou ainda que os líderes interinos do Egito devem "recuar e acalmar a situação" para evitarem outras mortes. O secretário de Estado pediu que o país deixe "o mais rápido possível" o estado de emergência.
Nos dias que se seguiram à deposição de Morsi, o governo americano esquivou-se da possibilidade de declarar que houve golpe no Egito. Tal declaração forçaria o congelamento da ajuda militar anual de US$ 1,5 bilhão fornecida por Washington ao Cairo.
Reações. Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE, deplorou a violência e pediu "máxima contenção" às forças de segurança egípcias. "A confrontação e a violência não são a forma de solucionar importantes questões políticas. O futuro democrático do país vai depender de um diálogo entre todos os interessados em superar as divergências e em um processo inclusivo de reconciliação política, com um governo civil no poder e instituições democráticas em funcionamento", declarou Ashton.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, denunciou a violência e conclamou todas as partes envolvidas a reconsiderarem suas ações à luz da nova realidade política e da necessidade de evitar a perda de mais vidas.
O governo da Turquia, que meses atrás foi duramente criticado pela repressão a protestos ocorridos no país, denunciou as ações do governo interino do Egito. A repressão é "um sério golpe contra a esperança de retorno à democracia", declarou o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, por meio de nota.
Na Jordânia, enquanto isso, o braço local da Irmandade Muçulmana conclamou seus pares egípcios a continuarem protestando e advertiu aos líderes do golpe militar no Egito que eles caíram "na armadilha de uma conspiração" articulada pelos Estados Unidos e por Israel para enfraquecer os muçulmanos. / AP
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