EUA encontram bactéria do antraz em prédios do governo

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Por Agencia Estado
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As autoridades norte-americanas informaram que, nos últimos dois dias, foram constatados sinais da bactéria causadora do antraz em vários prédios do governo e de órgãos oficiais em Washington, entre eles a sede da Suprema Corte, o Edifício Cohen (onde funcionam a rádio Voice of America e a Administração de Alimentos e Medicamentos), o Departamento de Estado e a sede do Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Em Nova York, foram encontrados sinais do micróbio no principal centro de distribuição de correio de Manhattan. Também havia traços da bactéria no interior de uma mala diplomática enviada de Washington para a embaixada dos EUA em Lima. Confirmada a presença de esporos em mais de 10 pontos da capital, o porta-voz do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças, o doutor Patrick Meehan, disse que os residentes locais não deveriam temer abrir sua correspondência. Ele afirmou que "pode haver um risco muito reduzido de antraz do tipo cutâneo". Depois, acrescentou: "É importante recordar que estamos exercendo uma vigilância muito enérgica". Alguns funcionários disseram que o antraz encontrado em uma carta enviada ao líder da maioria no Senado, Tom Daschle, continha sílica. "Não sabemos por quê estava ali", disse o major-general John Parker, que dirige o laboratório do exército em Fort Detrick, Maryland. A sílica, um óxido de silício, é encontrado na natureza em forma de areia, quartzo ou pedernal. É um cristal incolor e insípido que se utiliza comumente como agente de secagem no processo farmacêutico e na elaboração de alimentos. Parker disse que as autoridades descartaram a presença de alumínio na amostra. Isso, segundo ele, significa que não havia bentonita, um lubrificante que facilitaria a dispersão dos esporos de antraz no ar. No total, as autoridades já comprovaram 14 casos de infecção por antraz nas últimas três semanas, incluindo as três mortes por inalação. Uma fonte, que falou na condição de anonimato, disse que 10 peças postais que chegaram ao correio do Departamento de Estado deram positivo no teste de antraz. A descoberta da bactéria na semana passada em uma sala onde é administrado todo o material postal da Suprema Corte obrigou o fechamento do edifício. Hoje, os juízes trabalharam em um outro prédio, localizado a várias quadras da sede. No Departamento de Estado, segundo o porta-voz Richard Boucher, a contaminação foi encontrada em um escritório que controla o correio do local. O escritório está localizado do outro lado da rua. "Todas as nossas salas de correio foram fechadas", disse Boucher. Um oficial, que pediu para não ser identificado, confirmou hoje que dois envelopes enviados ao escritório do correio do Departamento de Estado deram positivo no teste de antraz. O material foi enviado do correio central de Brentwood, na própria capital. Também hoje, Deborah Willhite, vice-presidente do Serviço Postal, informou que a agência trabalha com o Departamento de Defesa para obter tecnologia que permita detectar bactérias nos correios. Segundo ela, já foi assinado um contrato de US$ 40 milhões para a compra de máquinas que podem esterilizar o material postal.

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