EUA enviam ajuda a rebeldes sírios

Washington anuncia que insurgentes moderados receberão US$ 70 milhões para financiamento de atividades consideradas 'não letais'

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Por WASHINGTON
Atualização:
Levantamentos em poder do governo indicam que a população não aguenta mais tanta denúncia de corrupção, lamenta a perda de prestígio da Petrobrás, reclama da inflação e associa a classe política à roubalheira. Foto: Marcos de Paula/Estadão

O Departamento de Estado americano informou ontem que está trabalhando com o Congresso dos EUA para fornecer US$ 70 milhões em assistência não letal aos rebeldes moderados que tentam depor o governo do presidente sírio, Bashar Assad. Amanhã, a guerra civil na Síria, que já deixou mais de 220 mil mortos, completa quatro anos.

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A nova ajuda americana ocorre enquanto, separadamente, os militares dos EUA se preparam para treinar e equipar insurgentes sírios para combater o grupo radical Estado Islâmico (EI) na Síria.

De acordo com o Departamento de Estado, essa ajuda não letal será destinada a serviços comunitários básicos, apoio a "unidades aprovadas da oposição armada", treinamento em segurança digital e documentação de crimes de guerra e outras violações praticados pelo regime sírio.

"Como dizemos há muito tempo, Assad deve sair (do poder) e ser substituído por meio de uma transição política negociada que seja representativa em relação ao povo sírio", afirmou em um comunicado Alistair Basquer, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

A ajuda anunciada ontem eleva a cerca de US$ 400 milhões o montante oferecido oficialmente pelos EUA à oposição síria desde o início da insurreição, em 2011.

O Pentágono informou ontem que um soldado americano que montava guarda na base iraquiana de Besmaya, onde militares americanos dão treinamento às forças leais a Bagdá, foi ferido por um disparo de arma de fogo na quarta-feira. Foi o primeiro incidente do tipo desde que os EUA iniciaram sua colaboração com os militares iraquianos, no ano passado.

Apelo.

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O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, declarou ontem que a entidade de ajuda humanitária tem somente acesso esporádico à região que os radicais do EI dominam na Síria e no Iraque. Maurer disse esperar que um cessar-fogo seja alcançado em Alepo, para que assistência possa ser oferecida para a população da cidade - a segunda maior da Síria, onde intensos confrontos entre forças oficiais e insurgentes ocorrem desde o início da guerra.

Mas, de acordo com Maurer, o CICV tem conseguido aumentar o número de operações de assistência humanitária na Síria e no Iraque, apesar de haver pontos aos quais nunca tiveram acesso nesses países.

Contraofensiva.

Impedidas pelas táticas de guerrilha dos militantes do Estado Islâmico em sua tentativa de retomar dos radicais a cidade de Tikrit, no norte iraquiano, as forças do governo do Iraque, apoiadas por milícias xiitas, anunciaram ontem uma pausa na operação militar até que recebam reforços.

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O comandante dos milicianos que apoiam os militares iraquianos, Hadi al-Amiri, que também lidera o partido político Organização Badr, acusou os EUA de não cumprirem suas promessas de auxiliar o Iraque em sua luta contra o EI. Já a assistência que as forças de segurança iraquianas têm recebido do governo do Irã, Amiri qualificou como "incondicional". O líder xiita criticou aqueles que "beijam a mão dos americanos e não obtêm nada em retorno".

As forças oficiais iraquianas e as milícias xiitas entraram em Tikrit pela primeira vez na quarta-feira, pelo norte e pelo sul da cidade. Ontem, foram travadas violentas batalhas pelo controle do bairro de Qadissiyya e as tropas leais a Bagdá dispararam foguetes e granadas de morteiro contra o centro de Tikrit, sob controle do EI.

/ REUTERS e AP

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