EUA esperam que Colômbia esclareça denúncia sobre general

General pede retratação e embaixador americano diz que lamenta especulações

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Por Agencia Estado
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Os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira, 26, acreditarem que o sistema judicial e o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, esclareçam devidamente os supostos vínculos entre o comandante do Exército do país e grupos esquadrões paramilitares de extrema direita, considerados terroristas pelos americanos. "Acreditamos que o presidente Uribe abordou o assunto de forma direta e responsável, e confiamos que o sistema judicial colombiano será capaz de abordar as questões vinculadas a isto", assegurou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Tom Casey. Em declarações à imprensa, Casey lembrou que autoridades colombianos deram andamento a investigações pertinentes para esclarecer as supostas conexões entre o exército e organizações paramilitares. O Los Angeles Times revelou essas eventuais conexões em uma matéria publicada no domingo, onde denunciava que o comandante do exército, Mario Montoya, estaria relacionado à grupos armados ilegais para matar 14 guerrilheiros esquerdistas, em 2002, na chamada "Operação Órion". Montoya considerou as acusações "preocupantes" e disse que merecem uma explicação por parte das autoridades dos EUA. Pronunciamento americano O embaixador interino dos EUA em Bogotá, Milton Drucker, disse nesta segunda-feira, em visita à Montoya, que lamentava a publicação da matéria que o vinculava a grupos paramilitares. Drucker veio "simplesmente me comprimentar e me dizer que lamenta a divulgação desse documento", disse Montoya. Em declarações anteriores em Bogotá, Montoya disse que o informe não foi elaborado pela CIA, e sim por uma "agência aliada", que enviou o relatório à CIA e afirmou que era de fonte não confirmada. A Colômbia enfrenta uma das piores crises políticas de sua história recente. Oito parlamentares aliados do presidente Álvaro Uribe e um governador estão presos sob a acusação de terem apoiado os paramilitares. A CIA procurou se afastar do escândalo, afirmando que o relatório que mencionava Montoya foi elaborado por outro serviço de inteligência, e continha "informação não confirmada".

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