27 de abril de 2010 | 00h00
Noriega, de 76 anos, foi deposto e capturado em 1989 por forças americanas que intervieram no Panamá. Durante a Guerra Fria, foi aliado dos EUA e informante da CIA, com laços estreitos com os presidentes Ronald Reagan e George Bush (pai do ex-presidente, George W. Bush). Em 1992, o ex-ditador foi sentenciado a 30 anos de prisão, mas teve a pena reduzida para 17 anos por bom comportamento. Na prisão, ele se tornou evangélico.
Em 1999, a Justiça francesa o condenou à revelia a 10 anos por usar os bancos franceses no processo de lavagem de dinheiro e comprar imóveis luxuosos em Paris com dinheiro proveniente do tráfico de drogas, mas quer organizar um novo julgamento.
Os advogados alegavam que Noriega era um prisioneiro de guerra, e por isso deveria ser enviado para seu país de origem.
No Panamá, Noriega foi considerado culpado de diversos crimes, incluindo as mortes do líder opositor Hugo Spadafora e do prefeito Moisés Giroldi. Como tem mais de 70 anos, poderia cumprir a pena de até 20 anos em prisão domiciliar.
Frank Rubino, advogado de Noriega, afirmou que não foi avisado sobre a decisão. "Ninguém dos Departamentos de Estado ou Justiça teve a cortesia de nos ligar e avisar", afirmou. Segundo ele, a informação foi confirmada quando seu cliente estava a bordo de um voo da Air France com destino a Paris.
O governo francês confirmou a extradição e disse ter sido informado da decisão há 15 dias. / AP e REUTERS
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