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EUA fecham acordo com Brasil, Argentina e Paraguai para combater terrorismo

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, cita o Irã e a organização islamita libanesa Hezbollah como principais ameaças

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Por Redação
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BUENOS AIRES - Os Estados Unidos chegaram a um acordo nesta sexta-feira com Brasil, Argentina e Paraguai para combater a "atividade ilícita" na região e seus vínculos com o terrorismo durante uma cúpula em Buenos Aires, na qual citou o Irã e a organização libanesa Hezbollah como principais ameaças. A aliança entre os quatro países será concretizada através de reuniões semestrais entre funcionários dos Ministérios de Relações Exteriores que terão seu primeiro encontro no Paraguai antes do fim deste ano.

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo (E), é recebido pelo presidente argentino, Mauricio Macri Foto: AFP

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, liderou a delegação que viajou a Buenos Aires para participar da Conferência Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, e convidou os outros países participantes a seguirem os passos da Argentina, que nesta quinta-feira incluiu o Hezbollah na lista de organizações terroristas. "Parabenizo a Argentina por designar o Hezbollah como organização terrorista, convidamos os países do mundo e deste continente a seguirem o exemplo. (...) Nenhum país anunciou hoje que vai seguir a Argentina, mas espero que muitos o façam", declarou Pompeo. Além do Hezbollah, o secretário de Estado também direcionou sua mira contra o Irã, ao qualificá-lo como uma das principais ameaças de terrorismo e ao acusá-lo de orquestrar uma "campanha global de terror". "Temos muitas nações ao redor do mundo dizendo a verdade sobre a República Islâmica do Irã, sua campanha global de terror e as atividades malignas que estão desenvolvendo", ressaltou Pompeo, que também atribui a Teerã o desenvolvimento de "um programa nuclear que é uma ameaça para todo o mundo". A Argentina acolheu esta cúpula internacional um dia depois que completaram 25 anos do atentado contra a associação judaica Amia, que causou a morte de 85 pessoas e cuja responsabilidade a comunidade judaica e a Justiça argentina atribuem ao então governo iraniano e ao Hezbollah. Pompeo destacou que os EUA oferecerão uma recompensa de US$ 7 milhões por "informações que possam ajudar a identificar e deter" Salman Raouf Salman, considerado um dos organizadores do ataque contra a Amia. "O Hezbollah mantém forte presença na América do Sul, nesta região, e está determinado a atacar qualquer um em qualquer lugar, como fez há 25 anos", afirmou Pompeo. O secretário de Estado americano fez questão de enfatizar a boa relação entre os Estados Unidos e a Argentina e anunciou que os dois países aumentarão a "cooperação estratégica" em temas como "segurança, direitos humanos, democracia e desenvolvimento econômico". Além disso, Pompeo agradeceu à Argentina por seu trabalho no acolhimento de refugiados venezuelanos. "A Argentina e sua gente mostraram grande generosidade aos mais de 150 mil refugiados venezuelanos que chegaram aqui. O mundo admira vocês por sua generosidade e eu também", elogiou Pompeo. A referência do funcionário americano à Venezuela foi breve, mas taxativa. Ele garantiu que "(Nicolás) Maduro não voltará a governar" o país e sua gente, e o responsabilizou por criar uma "crise humana" e destruir a "vida real". O secretário de Estado americano também detalhou a agenda de cooperação internacional entre EUA e Argentina, que, além de Irã e Venezuela, envolve outros países. "Os Estados Unidos seguirão trabalhando com a Argentina para conter o regime de (Daniel) Ortega (na Nicarágua) e sua campanha de violência e repressão, além de continuar a luta para promover a democracia em Cuba", acrescentou Pompeu. As palavras de funcionário americano foram ratificadas pelo chanceler argentino, Jorge Faurie, que também optou pela cooperação internacional para combater o "flagelo" do terrorismo. "A luta contra o terrorismo requer coordenação. A ameaça terrorista é um flagelo que atinge a todos nós por igual, sem distinção de ideologia, e temos que trabalhar para combater o financiamento que (os terroristas) recebem", declarou Faurie. Além disso, o chanceler manteve o tom amistoso e agradeceu aos EUA pela ajuda oferecida à Argentina. "Repassamos nosso diálogo como dois países amigos. A Argentina recebeu tremendo apoio do governo dos Estados Unidos e do presidente Trump em uma época de dificuldades financeiras", frisou Faurie. A convenção, que contou com a participação de 18 países da região, representa a continuidade do encontro realizado em Washington no ano passado e terá uma nova reunião em janeiro na Colômbia. / EFE